A 2ª fase da Operação Carga Fria cumpre onze mandados de prisão e 27 de busca e apreensão em dez municípios de cinco estados brasileiros: Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A ação deflagrada nesta quarta-feira (19) pela Polícia Civil do Paraná mira uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas. Segundo as investigações, os suspeitos transportavam os entorpecentes em fundos falsos de caminhões frigoríficos. A escolha estratégica do transporte visava dificultar a fiscalização, tendo em vista que os veículos são lacrados para preservar a carga fria. A polícia também apreendeu cerca de duas toneladas de maconha em uma carga de fogão a gás. A delegada Franciela Alberton destaca que após a primeira fase da operação, em agosto de 2023, o grupo adotou novas estratégias para a distribuição da droga.

Segundo a polícia, a droga era retirada da região dos lagos de Itaipu e depois era armazenada, temporariamente, em chácaras em Cascavel e Toledo. A carga seguia então do Paraná para o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco. Após a prisão do líder na operação do ano passado, um policial civil suspenso de São Paulo teria assumido o comando do grupo. Ele está entre os presos desta fase.

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No Rio de Janeiro, um jornalista também foi preso suspeito de participação no esquema. Ricardo Lyra Ribeiro seria o responsável pela contabilidade e gerência das contas bancárias do bando. Também no Rio de Janeiro, no Morro do Fallet-Fogueteiro, outro suspeito foi morto em uma troca de tiros. A polícia estima que a quadrilha tenha movimentado mais de R$ 100 milhões em espécie nos últimos quatro anos. O delegado do Gaeco, Nilmar Manfrin da Silva, explica que conflitos internos dentro da quadrilha contribuíram para o avanço das investigações.

De acordo com a polícia, os chefes do grupo ostentavam um padrão de vida elevado, com residências milionárias, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos. Até o momento foram apreendidos – além de drogas – duas malas com dinheiro em espécie, dez carros de luxo, um caminhão, celulares, computadores e documentos. Também foram solicitados bloqueios de valores em contas bancárias e medidas cautelares sobre automóveis. Os envolvidos são investigados por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico. 

Reportagem: Vanessa Fontanella