O júri popular de Erik Busetti entra no quarto dia e com olhos voltados ao interrogatório do réu. No Tribunal do Júri, no Centro Cívico, o delegado será questionado pela acusação e defesa, além de poder esclarecer dúvidas dos jurados. Na sequência, estão previstos os debates entre as partes. Em seguida, após a deliberação dos jurados, o juiz pode apresentar a sentença.

Segundo o advogado de defesa, Renan Canto, o réu deve esclarecer não só o que houve durante na noite do crime, mas também os dias que antecederam os tiros.

Erik Busetti é réu pela morte da esposa, Maritza Guimarães, de 41 anos, e da enteada, Ana Carolina de Souza, de 16. Elas foram assassinadas a tiros, dentro de casa, em março de 2020. O delegado responde pelos dois homicídios, com as qualificadoras de feminicídio e motivo torpe, já que, conforme a acusação, ele não aceitava o fim do relacionamento. Para a assistente de acusação, Louise Mattar Assad, todas as provas apresentadas e depoimentos colhidos esclarecem aos jurados que o réu é um feminicída.

No tribunal, na quarta-feira (3), o dia foi reservado para a segunda parte dos depoimentos de testemunhas convocadas pela defesa. Um dos que falaram foi o irmão de Erik, considerado como informante; durante o depoimento o Ministério Público questionou o homem o por quê Busetti acessou o sistema da Secretaria de Segurança Pública de dentro da cadeia em 2021.

A promotora revelou ainda que o delegado usou a plataforma para pesquisar por 18 vezes dados pessoais como placa do carro e endereço de assistentes de acusação, entre elas Louise Mattar Assad. A advogada informou que ao saber da situação pediu a OAB que determine ações imediatas para preservar a integridade física dela e de colegas.

Segundo a defesa de Erik, ele esclarecera o por que fez as pesquisas durante o interrogatório. A expectativa é que a sentença possa ser apresentada ainda nesta quinta-feira (04).

Informação: Leonardo Gomes