Das mais de cinco mil cidades brasileiras que realizaram eleições municipais em 2020, apenas 45 elegeram maioria de mulheres na composição das câmaras de vereadores. O número representa menos de 1% do total. É isso que aponta um levantamento feito pelo Tribunal Superior Eleitoral. Sete em cada dez cidades onde há maioria feminina no Legislativo têm a população menor do que 15 mil pessoas.

Mesmo que os partidos sejam obrigados a apresentar, no mínimo, 30% de candidaturas de cada sexo, uma série de fatores afasta as mulheres dos cargos. É o que explica a presidente do Núcleo de Inclusão e Diversidade do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, Flavia Viana.

Para a presidente, o cenário nacional é reflexo da violência política de gênero. A prática pode acontecer de várias formas, inclusive no meio virtual.

Todos os casos citados pela entrevistada aconteceram no Brasil nos últimos quatro anos. Além da falta de incentivo dentro dos partidos, existe um receio coletivo de votar em mulheres. É isso que afirma a advogada e especialista em Direito Eleitoral, Emma Bueno.

Para a especialista, uma solução poderia ser ampliar para 50% a cota de mulheres nos partidos.

O município de Araras, no interior de São Paulo, tem um dos melhores cenários de representatividade. Com mais de 100 mil habitantes, há seis mulheres entre as onze cadeiras do Legislativo.

Reportagem: Larissa Biscaia