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A solidão em vida a cada toque de campainha

A complexidade da vida e relações rasas são questões em “O tempo e a sala”

 A solidão em vida a cada toque de campainha

Foto: Jade Domingues

“A quem eu não tive que me adaptar?” Frase dita no espetáculo leva ao centro de um problema maior: A tentativa de atender a expectativa do outro e a frustração em perder a própria singularidade. 

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A fala inicial de Marie Steuber, interpretada por Simone Spolador, conduz a peça entre tempo e espaços diferentes. Dramas pessoais do passado são resgatados a cada vez que alguém abre a porta, os guardiões do tempo (Daniel Warren e Rodrigo Ferrarini) também assistem as histórias que fizeram parte de suas vidas e retornam para o lugar da atualidade em que estão sozinhos.

A protagonista, Marie, revive diversas memórias e em alguns momentos consegue ter a consciência que se perdeu no caminho “Lá, eu deixei aquilo que sou” e entra em conflito com o seu ser, que tenta agradar cada um que esbarra no seu caminho, mas também retoma os pensamentos em que precisa ser livre depois de ter fechado a porta tantas vezes.

A peça decorre de uma maneira difícil de compreender no início, mas provoca no público a curiosidade dos desdobramentos, como comenta Luiza Nemetz, estudante de teatro, de 21 anos: “Fiquei confusa no começo, mas é legal ver como as histórias se interligam em tempos diferentes.” Já a atriz Maureen Miranda conta que o texto realmente é difícil e que evidencia como amadurecer não é fácil, “Esse espetáculo tem que ser assistido com o coração, o importante é cada um do público sentir da sua maneira”.

Foto: Jade Domingues

Todos os personagens buscam fortalecer os afetos, porém, caem em relações que se esvaem de boas memórias. O que fica apenas é a fisionomia de alguns, o que provoca a ausência de autoestima e a busca por cada vez mais relações vazias. Em um encontro, Marie Steuber tenta de todos os jeitos levar adiante mais que uma conversa rápida ou desinteressante, o que é comumente visto, mas em resposta, ouve apenas palavras em tom pejorativo e mesmo assim insiste, o que expõe a precariedade das conexões. 

A apresentação perpassa às vivências da atualidade e demonstra a fragilidade dos laços afetivos, não há profundidade. O fim dos personagens é sempre o mesmo: isolados, olhando pela janela os ambientes mudarem conforme o tempo passa, junto à solidão que os acompanha fielmente.

O espetáculo estreou no dia 28, no Guaírinha e teve sua última apresentação na cidade na última quarta (29). Daniel Warren, que atuou na peça, comentou que depois da pandemia foi muito importante voltar ao palco ao lado de seus amigos e deixar que a “Arte e a cultura viva em Curitiba”.

Por Jade Domingues, estudante de jornalismo da Universidade Positivo, em parceria com a BandNews Curitiba FM

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Frederico Machado

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