Prolongar a vida das laranjas por mais de 50 dias, mesmo depois de colhidas, sem usar agrotóxicos. Pode até parecer algo distante da realidade, mas esse foi o resultado da pesquisa de um adolescente de 16 anos, morador de Palotina, no oeste do Paraná.

João Pedro Armani desenvolveu um conservante natural, a partir das carapaças de camarões – item que é descartado nos criadouros do animal.

No total, 150 laranjas foram analisadas com seis tratamentos diferentes, incluindo a amostra da solução criada pelo estudante. A proposta dele foi a que obteve o melhor resultado, mantendo o fruto intacto por cerca de 50 dias em temperatura ambiente, sem sinais de desgaste. A descoberta trouxe reconhecimento internacional.

Na Intel ISEF, a maior feira para estudantes que ainda não chegaram ao nível universitário do mundo, o projeto conquistou o terceiro lugar. Ele concorreu com projetos de 70 países. Mas os estudos de João, que começou a se interessar por pesquisas aos dez anos, também geraram mudanças no Colégio Gabriela Mistral, onde ele estuda.

Segundo a diretora da instituição, Lucilda Fries Binsfeld, a escola criou um núcleo dedicado ao estudo científico, para incentivar outros alunos a seguirem o mesmo caminho.

O projeto, intitulado “Revestimentos comestíveis na pós-colheita de laranja” foi realizado durante o ano de 2018.  A proposta do jovem, agora, é viabilizar o produto para o mercado agrícola e ampliar a capacidade de conservação do material.

Reportagem: Ana Flavia Silva