Agentes penitenciários suspendem greve mas adotam operação-padrão
Após suspenderem a greve por causa de uma liminar que proíbe a paralisação do Sistema Prisional do Paraná, os agentes penitenciários fazem agora uma operação-padrão em todas as unidades do estado. O procedimento é uma forma de protesto contra as más condições de trabalho e também contra a intenção de reajuste do governo para o funcionalismo público, de apenas 5% em duas parcelas. Além disso, o sindicato que representa a categoria, o Sindarspen, entrou na segunda-feira (25) com recurso para tentar reverter a decisão judicial. Até que o pedido seja julgado, no entanto, eles ficam impedidos de cruzarem os braços novamente. A presidente do Sindarspen, Petruska Sviercoski, explica que, apesar ter recuado um pouco, o movimento continua e vai ser discutido na manhã da próxima quinta-feira (28).
Ela esclarece ainda que, na operação-padrão, os agentes seguem à risca as normas de segurança, muitas vezes deixadas de lado para não comprometer o funcionamento das unidades. Com isso, alguns serviços podem ser comprometidos ou ficarem um pouco mais lentos, dependendo da situação de cada penitenciária.
A greve da categoria havia sido deflagrada no último sábado (23), com prejuízo às atividades de escola, trabalho, visitas e banhos de sol dentro dos presídios. De acordo com o Sindarspen, todos os 3.400 agentes penitenciários aderiram à paralisação, enquanto a Secretaria de Segurança Pública disse que o percentual foi de 60%. Assim como os professores da rede pública e das universidades estaduais, os servidores querem reajuste de 8,17% para repor a inflação dos últimos 12 meses. Os trabalhadores também reclamam que o governo tirou dinheiro do Funpen, o Fundo Penitenciário, para pagar dívidas, sendo que os recursos deveriam ser usados para melhorar o sistema prisional. Além disso, eles pedem mais segurança dentro das unidades, a contratação de pessoal, plano de carreira, aposentadoria especial e o pagamento de promoções e progressões em atraso e retroativo. A BandNews procurou a Sesp, que confirma a operação-padrão, mas diz que isso é fruto de um termo de compromisso firmado ontem com o Departamento de Execução Penal do Paraná e o Sindarspen. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, o documento tem nove itens – todos eles voltados aos procedimentos internos de segurança. A Sesp esclarece ainda que o acordo foi firmado para suspender temporariamente a greve e que agora ele deve ser discutido na assembleia da categoria. O encontro está marcado para as 8h30 da manhã de quinta-feira, na sede da APP Sindicato, que cedeu o espaço.