Aplicativo inédito vai tornar museus e comércios acessíveis para pessoas com deficiência visual
E se uma obra de arte pudesse falar? Ou mesmo as paredes de uma escola, ou um ônibus? Uma startup brasileira quer transformar isso em realidade, e com um objetivo nobre: orientar pessoas com deficiência visual. O Veever, um aplicativo nascido em Curitiba, já está fazendo os primeiros testes-piloto e deve entrar em funcionamento em julho. Ele funciona com a instalação de um pequeno dispositivo, chamado beacon, em pontos de referência, como ônibus, corredores de shoppings, pontos turísticos, escolas ou até obras de arte e vitrines. Por meio da tecnologia Bluetooth, esse dispositivo se comunica com o celular do usuário que tiver o aplicativo instalado, e dá instruções em áudio sobre o que é o tal objeto ou o que há no percurso à sua frente.
Um dos fundadores do projeto, João Pedro Novochadlo, diz que o objetivo do Veever é levar essa tecnologia ao máximo de locais possível.
A equipe do Veever está em negociação final com um museu, escolas e alguns estabelecimentos comerciais de Curitiba para implantar os beacons pela cidade. Não há custo para o usuário que baixar o aplicativo: o único investimento é do local que instalar os aparelhos, que custam entre R$ 40 e R$ 80, não dependem de internet para funcionar e têm autonomia de até dois anos com as baterias.
O sonho é também instalar o Veever nos ônibus da cidade, para que uma pessoa com deficiência visual saiba que uma determinada linha ou veículo está se aproximando sem precisar perguntar para outras pessoas. A ideia do aplicativo surgiu em um hackaton organizado pela Prefeitura de Curitiba, em 2015.
Na época, João Pedro era voluntário no Instituto Paranaense de Cegos, e quis fazer uma solução para dar mais autonomia às pessoas com deficiência visual.
Para ele, porém, o melhor resultado do projeto não é solução de mobilidade, mas sim a inclusão que ele proporciona.
O Veever já está disponível para download no site do projeto: www.veever.global. O aplicativo é gratuito. A partir de julho, ele já deve estar em funcionamento em alguns locais de Curitiba. Estabelecimentos comerciais ou órgãos públicos que queiram fazer parcerias com o projeto também podem fazer contato pelo site da empresa.
Reportagem: Estelita Carazzai