Após 22 anos, Justiça condena artista plástica e membros do MST por homicídios de 1993

Vinte e dois anos depois do assassinato da empregada doméstica Cleonice de Fátima Rosa, a artista plástica Vanda Pepiliasco foi julgada pelo crime nesta terça-feira (12). Ela foi condenada a oito anos e meio de prisão em regime semiaberto. A sentença foi proferida por volta das oito e meia da noite, após quase 11 horas de embates entre defesa e acusação no Tribunal do Júri de Londrina, no norte do Paraná. Ainda cabe recurso. O homicídio foi cometido em 10 de julho de 1993, no apartamento da família Pepiliasco, no centro de Londrina. Na época, a vítima tinha 22 anos de idade. O promotor Ronaldo Braga, que atua na acusação, explica os motivos que levaram à demora para que o caso fosse levado a julgamento.

Ainda conforme o promotor, o mais importante foi a condenação, independentemente do tamanho da sentença. Mesmo assim, ele esclarece que o Ministério Público vai recorrer da decisão para tentar aumentar a pena junto ao Tribunal de Justiça do Paraná e, para isso, precisa correr contra o tempo.

O júri foi realizado após vários adiamentos. O último foi em março deste ano, quando uma das testemunhas não pode comparecer ao julgamento. Ao todo, cinco pessoas foram ouvidas ontem: dois peritos e um policial que estiveram no local do crime, o marido de Vanda e um porteiro do prédio onde o crime foi cometido.A defesa também já anunciou que vai recorrer e que pretende reduzir a pena. O advogado Walter Bittar, no entanto, não foi localizado para gravar entrevista.

Outro caso emblemático julgado nesta semana no Tribunal do Júri de Curitiba, também após vários adiamentos, foi o do assassinato de três policiais militares durante uma invasão de terras em Campo Bonito, no oeste do Paraná. O crime ocorreu em março de 1993 e, somente na última segunda-feira (11) é que Ademir Mota de Oliveira, Dourival de Melo Alves, Sebastião Silvano e Lourival Castilho Pimentel foram para o banco dos réus. Eles foram condenados a 18 anos de prisão em regime fechado pela morte de Vicente de Freitas, Algacir José Bebber e Adelino Arconti. O advogado Eduardo Sanz, especialista em Direito Penal, explica outras razões que normalmente levam à lentidão de casos complexos como esses.

Ainda segundo o advogado, o mesmo acontece após a investigação, na Justiça, quando começa, de fato, a fase processual.

Em ambos os casos, os condenados podem recorrer em liberdade. A expectativa em relação à condenação da artista plástica é de que os recursos da defesa e da acusação sejam julgados até o início de 2016.

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