A defesa do juiz Eduardo Appio apresentou uma perícia que difere do laudo que respaldou o afastamento do magistrado. Segundo a nova auditoria, não é possível afirmar que Appio teria sido o autor da ligação para João Malucelli, filho do desembargador Marcelo Malucelli. A defesa de Appio afirma que celulares também não foram periciados. Com base nesta nova perícia, uma liminar pede a reintegração imediata do juiz titular da 13ª Vara de Curitiba.

A chamada que está no centro da discussão, foi feita à João Malucelli poucos minutos depois de Appio ter acessado por duas vezes um processo em que constava o contato do filho do desembargador. No telefonema, a pessoa se identifica como um servidor da Justiça Federal, pede informações sobre Marcelo Malucelli e faz um questionamento considerado como uma ameaça pelo desembargador.

Na perícia inicial, numa escala de -4 a +4, onde os valores negativos indicam incompatibilidade e os positivos compatibilidade de vozes, foi indicado que a gravação da chamada teria alta probabilidade de ter sido feita por Appio, com pontuação +3. Já a perícia apresentada pela defesa teve valor zero, ou seja, não confirma que a voz seria do juiz, nem que não seria.

Eduardo Appio foi afastado cautelarmente do cargo no dia 22 de maio, após uma denúncia do desembargador Marcelo Malucelli. A Corregedoria Regional do TRF4 investiga quatro transgressões disciplinares supostamente cometidas por Appio:

• o uso do sistema judiciário para conseguir informações pessoais com o intenção de intimidar ou constranger um desembargador;
• realização de telefonemas em nome da Justiça Federal sem identificador de chamadas;
• identificar-se como um servidor da área da Saúde do Judiciário;
• ligação a familiar de desembargador que atuou como revisor das decisões publicadas em primeira instância.

Informações Amanda Yargas