A comissão de auditores do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná informou que não há indícios de qualquer tipo de fraude no funcionamento das urnas eletrônicas. Oito equipamentos foram auditados ao longo desta sexta-feira (19), aqui em Curitiba. As urnas foram utilizadas no primeiro turno em seções no Paraná e em Santa Catarina.

A auditoria foi solicitada pela Comissão Provisória do PSL, do candidato à presidência Jair Bolsonaro, após relatos de que as urnas concluíram o processo de votação “imediatamente após a digitação dos dois números para candidato à presidente.” A comissão de auditoria promoveu um teste de votação e o boletim de urna impresso indicou o mesmo resultado apurado na votação real.

Segundo o relatório final divulgado pelo TRE, os sistemas instalados nas urnas auditadas são os mesmos que foram lacrados pelo Tribunal Superior Eleitoral. E, segundo a comissão, as urnas estavam em perfeitas condições de uso e funcionamento. Assinaram o relatório três auditores do TRE do Paraná, dois do TRE de Santa Catarina, três do TSE, um integrante da PF, outro da OAB do Paraná, além de representantes do PDT e do PT. O enviado do PSL deixou a auditoria antes do final e o do Patriotas não compareceu.

Os dados originais das urnas foram copiados e entregues à Policia Federal, antes da reinicialização do sistema. Para isso, foram removidos oito lacres do equipamento: três do micro-terminal, um do gabinete da urna, dois das portas USB traseiras, um na mídia de resultado e um na flash externa, que é uma mídia de votação. Depois, a urna foi reinicializada e passou pelo procedimento de votação para constatar que o funcionamento é regular.

Aproximadamente 800 reclamações foram registradas em atas por suspeitas de problemas em urnas eletrônicas no primeiro turno das eleições deste ano no Paraná. Somadas, as reclamações, que também envolvem casos como problemas com títulos de eleitor, entre outros, representariam apenas 0,012% do total de votos. A auditoria é apenas mais uma entre outras já feitas. Esta serve para provar a origem das dúvidas levantadas pelos autores das denúncias.

No Paraná, foram 29 impugnações (contestações) de urnas em um universo de 32 mil, o que significa menos de 0,009%. Menos de uma em mil. Dessas 29 reclamações, a maioria está no interior. Em Curitiba, foram efetuadas reclamações referentes a seis urnas, mais duas de Santa Catarina. Essas oito urnas tem o mesmo problema relatado no interior.

Portanto, as perícias vão ser consideradas inclusive para o resto do Brasil, principalmente aquele que o eleitor votou e achou que não finalizou o voto. Em meio à onde de “fake news” que tomou conta do país no período eleitoral, o TRE destaca que a auditoria é importante provar a lisura do processo eleitoral.

Reportagem:  Cleverson Bravo/ Narley Resende/ Alexandra Fernandes