O desaparecimento de Isis Victoria Mizerski está prestes a completar um mês sem evidências do paradeiro da jovem grávida. Ela saiu de casa no dia 6 de junho, em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná, para encontrar Marcos Vagner de Souza, apontado como suspeito do crime e pai da criança. Ele está preso e nega o crime.

As polícias Civil e Militar, com auxílio do Corpo de Bombeiros, realizaram buscas por cerca de duas semanas em Telêmaco Borba – cidade apontada como última localização do celular da adolescente – e em Tibagi, cidade onde Isis morava. Nenhuma pista foi encontrada neste período. A família da adolescente oferece uma recompensa em dinheiro para quem tiver informações e prova de vida, ou morte.

Segundo a legislação brasileira, as investigações podem avançar mesmo que o corpo não seja encontrado. O advogado criminalista Vinicios Cardozo explica que, nestes casos, a polícia precisa de provas testemunhais suficientes para seguir com uma acusação.

Esta estratégia foi usada pela promotoria no caso do goleiro Bruno Fernandes, condenado por homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio. Na época, testemunhas foram fundamentais para a sentença, já que o corpo da modelo nunca foi encontrado.

Antes da condenação do goleiro Bruno, a jurisprudência permitia a possibilidade da materialidade, mas com uma abordagem cautelosa. Vinicios Cardozo detalha que atualmente, havendo provas sólidas, é possível alcançar a justiça apesar da ausência do corpo.

Sobre o desaparecimento de Isis, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná disse, por meio de nota, que ‘devido à sensibilidade das investigações, informações detalhadas sobre o caso serão mantidas em sigilo’. Além disso, afirma que, agora, a comunicação com a imprensa será feita exclusivamente por meio de notas oficiais. 

Reportagem: Mirian Villa