Os curitibanos precisam usar em média mais da metade do salário mínimo para comprar alimentos básicos como arroz e feijão. Segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o valor da cesta básica em Curitiba ficou em R$ 675,01, em outubro, com queda de quase 1%, na comparação com o mês anterior. Apesar da diminuição, para quem recebe R$ 1.320 mensalmente é preciso desembolsar 55% do valor para comprar produtos essenciais. O economista do Dieese Rafael Durlo explica que apesar das quedas de preços consecutivas nos últimos meses, o baixo poder de compra é histórico.

No mês passado, o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 12 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. As quedas mais importantes ocorreram em Natal (-2,82%), Recife (-2,30%) e Brasília (-2,18%). Em Curitiba, a diminuição foi de 0,91%. Entre os produtos que puxaram os índices está o leite integral que teve o preço reduzido em 15 capitais, entre setembro e outubro. Nos supermercados da capital paranaense o produto apresentou queda de 6,90%. O tomate, a batata, o pão francês e o açúcar também estão no ranking de alimentos que ficaram mais baratos em outubro.

Conforme o Dieese, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica passou de 108 horas e 02 minutos, em setembro, para 107 horas e 17 minutos, em outubro. Com base na cesta mais cara, que, em outubro, foi a de Porto Alegre, a estimativa do órgão é que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.210,11 ou 4,70 vezes o mínimo de R$ 1.320,00.

Reportagem: Leonardo Gomes