Com menos doses, Curitiba suspende vacinação de grávidas e projeta ampliar grupos na próxima semana
A antecipação da inclusão de professores no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19 no Paraná fez com que Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba adiasse a imunização de grávidas e puérperas. A prefeitura diz que não tem doses suficientes para iniciar a vacinação dos dois grupos simultaneamente, e que não restou alternativa a não ser adiar a imunização de gestantes e mulheres que deram à luz recentemente. A Secretaria Estadual da Saúde afirma que Curitiba recebeu 32 mil doses de vacina da Pfizer para este grupo, mas a prefeitura rebateu alegando dificuldades logísticas para manusear as doses deste fabricante.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, além das 32 mil doses de vacinas da Pfizer destinadas pelo Ministério da Saúde à capital, o município esperava receber mais 32 mil doses da AstraZeneca. No entanto, a capital não ficou com nenhuma das 424 mil doses deste fabricante repassadas nesta semana pelo governo federal. Diante da expectativa que não se cumpriu, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba já havia feito o agendamento de vacinação de 18 mil profissionais de saúde (primeiro grupo prioritário do PNI e que ainda não foi finalizado até o momento).
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde acusou a Prefeitura de Curitiba de mentir que faltam doses para vacinar grávidas e puérperas. O Estado ancora a argumentação no fato de que as vacinas da Pfizer deveriam ser destinadas integralmente para este grupo. No entanto, a nota não menciona o fato de que Curitiba não recebeu as doses esperadas da Covishield, a vacina produzida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca.
O diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Curitiba, Alcides Oliveira, afirma que o município tem seguido à risca o Plano Nacional, que prioriza os grupos mais expostos à contaminação. Por isso, a campanha iniciou com os profissionais da saúde e, posteriormente, os idoso:
Em entrevista à BandNews FM, ele explica que os fabricantes nacionais, dependentes de insumos importados, têm entregado menos doses do que o esperado. Além disso, a recusa de 11 ofertas de vacinas pelo governo federal colocou o País no final da fila:
Diante deste impasse, a Prefeitura de Curitiba – com 32 mil doses a menos do que o projetado e 18 mil agendamentos já feitos com base na previsão anterior – optou por iniciar a vacinação do grupo de comorbidades pelos menores sub-grupos previstos dentro do grupo de comorbidades: pessoas com deficiência e pacientes que realizam tratamento nas clínicas de hemodiálise. A vacinação de gestantes e puérperas deve iniciar na semana que vem.
Reportagem: Angelo Sfair