Com Operação Deja Vu, Lava Jato investiga propina de R$ 200 milhões
Três ex-executivos da Petrobras e três operadores financeiros, um deles ligado ao PMDB, foram presos hoje (08) na fase de número 51 da Operação Lava Jato. Chamada de Operação Deja Vu, a ação investiga propina de cerca de 200 milhões de reais com origem em um contrato 825 milhões de dólares para prestação de serviços de segurança, meio ambiente e saúde na área Internacional da Petrobras, celebrado com a Odebrecht.
Segundo o Ministério Público Federal, os quatro mandados de prisão preventiva e dois de prisão temporária são contra três ex-funcionários da Petrobras e três operadores financeiros, um deles agente que se apresentava como intermediário do PMDB. As investigações apontaram pagamento de propina que se estendeu de 2010 até 2012, e superou o montante de 56 milhões e meio de dólares.
O contrato que teria sido fraudado era de prestação de serviços em nove países, além do Brasil. Os pagamentos de propina, segundo o MPF, foram feitos por meio do chamado Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, de operadores financeiros e doleiros, especialistas em lavagem de dinheiro.
Além do pagamento em espécie, foram utilizadas diversas contas mantidas no exterior e que estavam em nome de empresas offshores com sede em paraísos fiscais. Para os ex-funcionários da Petrobras, segundo a procuradoria, há provas de repasses de cerca de 25 milhões de dólares.
Os elementos de prova colhidos indicam ainda que cerca de 31 milhões de dólares foram destinados a agentes que se apresentavam como intermediários de políticos vinculados ao PMDB. O MPF destaca em comunicado à imprensa que no sistema de contabilidade de propinas foram encontrados controles e comprovantes dos pagamentos aos executivos públicos, que eram referidos por meio de diversos apelidos, como “Acelerado”.
A Polícia Federal cumpre quatro mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 17 mandados de busca e apreensão nesta fase de número 51 da Lava Jato. A maior parte dos mandados de prisão é cumprida no Estado do Rio de Janeiro, sendo uma preventiva e uma temporária na capital, outras três preventivas em Parati, Niteroi e Miguel Pereira. Uma prisão temporária é cumprida em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, em São Paulo.
Cerca de 80 policiais cumprem os mandados também no Espirito Santo. Os presos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, local onde o ex-presidente Lula e demais alvos da Lava Jato estão presos.
Além de Lula, outros presos da Lava Jato estão no mesmo prédio. São eles o ex-ministro Antônio Palocci; o empreiteiro da OAS, Leo Pinheiro; o ex-diretor da Petrobras Renato Duque; o executivo da OAS Agenor Franklin Medeiros; o lobista Adir Assad; o ex-gerente da Transpetro José Antônio de Jesus; o lobista Bruno Luz; o diretor-presidente da concessionária de rodovias Triunfo-Econorte, Hélio Ogama; e o dono da empresa Rio Tibagi, subsidiária da Econorte, Leonardo Guerra.