Comportamento da população no respeito às medidas sanitárias contra a Covid-19 podem evitar um decreto restritivo mais severo
O Paraná registrou nos últimos 7 dias um aumento no número de casos da Covid-19. A média móvel comparada com os últimos 14 dias teve acréscimo de 25% – uma média de 4.073 casos diários. Os números consideram o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde desta segunda-feira (17). O aumento nos diagnósticos reforça a preocupação dos pesquisadores em relação ao surgimento de uma terceira onda, com potencial de letalidade superior às duas primeiras.
A médica infectologista e pesquisadora do Hospital de Clínicas Sonia Raboni comenta que o papel da população no respeito às medidas sanitárias é fundamental na redução desses números.
Uma eventual terceira onda poderia provocar um novo fechamento das atividades consideradas não essenciais em Curitiba e em todo o Estado. Entre março e abril, a capital paranaense passou por um período superior a 20 dias de bandeira vermelha.
Segundo a pesquisadora, um aumento repentino de casos poderia colocar o sistema de saúde em colapso muito mais rápido, pois os hospitais já se encontram superlotados.
A pandemia da Covid-19 entrou no seu décimo quarto mês no Paraná. Segundo a pesquisadora, com a elevada duração do vigor das medidas sanitárias restritivas, a percepção é de uma adesão cada vez menor da população, o que agrava ainda mais um cenário já caótico nos sistemas de saúde.
As medidas restritivas têm como objetivo evitar o colapso no sistema de saúde. A pesquisadora critica, porém, o uso do isolamento social como única política estatal de enfrentamento à pandemia.
Diante da ineficiência estatal em adotar medidas mais eficazes de enfrentamento à doença, o cuidado da população tem ainda mais importância. A necessidade de manter cuidados sanitários básicos, como não se aglomerar, usar máscaras de proteção e higienizar as mãos, são fundamentais e que podem, para além de evitar medidas restritivas mais severas, salvar vidas.
Reportagem: David Musso