Covid-19: aumento da transmissão pressiona indicadores de internações e aumenta fila de espera por leitos no Paraná
Passa de 300 o número de pacientes que aguardam por um leito de UTI ou de enfermaria para tratamento da covid-19 no Paraná. Após várias semanas em queda, a fila diária tem mostrado tendência de agravamento, acompanhando o número de internamentos, que tem aumentado pouco a pouco nos últimos dias. Dos 317 pacientes que aguardavam a transferência para um leito, 159 tinham indicação para unidades de terapia intensiva. Curitiba e região metropolitana concentram mais de um terço da demanda estadual.
Nesta quinta-feira (29), segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o Paraná tem pouco mais de 4 mil e 800 pacientes internados com a confirmação ou suspeita de coronavírus. A taxa média de ocupação dos leitos do SUS exclusivos para covid-19 é de 92%. A região leste, a mais populosa, tem apenas 63 vagas disponíveis, para uma taxa média de ocupação de 94%. O pior indicador é registrado na região oeste, com 95% dos leitos ocupados.
A tendência de aumento dos internamentos pode ser um reflexo do recrudescimento da taxa de replicação do coronavírus no Paraná. A chamada “taxa R” mostra quantas pessoas são infectadas para cada caso ativo da doença. Quando esse número é maior do um, significa que a pandemia está crescendo. O indicador menor do que um revela uma tendência de queda.
No Estado, o ápice do número de reprodução do coronavírus foi registrado entre o final de fevereiro e o início de março. Naquela ocasião, a cada 100 pessoas infectadas, outras 150 contraíram a doença. A “taxa R” despencou nas duas primeiras semanas de março, o que confirma a eficácia das medidas de restrição de circulação da população.
No entanto, desde a segunda metade de março, a taxa de replicação do coronavírus tem aumentado pouco a pouco no Paraná. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, atualmente, a “taxa R” no Paraná está entre 0,95 e 1,01.
Reportagem: Angelo Sfair