O aumento progressivo de casos ativos de covid-19 em Curitiba impõe um desafio inédito para capital paranaense. Esses pacientes são os que têm maior potencial de transmissão do coronavírus. Por isso, a Secretaria Municipal da Saúde insiste na importância de que pessoas com sintomas, ou que tiveram contato com outros infectados, permaneçam em isolamento domiciliar para quebrar a cadeia de contágio. Em um mês, o número de casos ativos da doença em Curitiba foi multiplicado por quatro. Eram 3 mil e 700 no final de outubro. Agora, existem mais de 13 mil e 500 infectados. Esse é o maior número desde março.

Segundo o médico pneumologista Barros Franco, uma das principais preocupações atuais é o comportamento dos jovens, que se expõem mais em bares e festas. No consultório, ele tem comprovado o que chama de covid delivery: um jovem tem contato com o vírus na rua acaba transmitindo a doença para uma ou mais pessoas que convivem na mesma casa:

Ao decretar a suspensão das atividades de bares, casas noturnas e eventos, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba relatou o caso de uma jovem, que após contrair covid-19 em uma festa, transmitiu o coronavírus para 18 pessoas. Três morreram.

Para o especialista, o reagravamento da pandemia de coronavírus em Curitiba, e em todo o país, pode ser explicada pelo relaxamento das medidas sanitárias. Ele pede atenção aos protocolos de higiene e distanciamento:

O mês de novembro termina hoje (30) como o pior da pandemia em Curitiba. Em 29 dias, a capital incluiu 24.617 novos casos de Covid-19. O aumento representa um salto de 46,5% em apenas um mês. Em relação aos óbitos, por enquanto, a evolução acontece em um ritmo mais lento. O acréscimo em novembro foi de 16,8% em relação ao número de mortes acumuladas de março até outubro.

Reportagem: Angelo Sfair