Covid-19 em bebês: como manter os cuidados para evitar a transmissão caso os pais sejam infectados
Nove crianças com menos de cinco anos de idade morreram por complicações da Covid-19 desde o início da pandemia no Paraná. Outras 14 mil setecentas e sessenta e uma foram infectadas pela doença. O número de casos deixa claro como a contaminação tem ocorrido em casa, especialmente porque tem acometido, também, recém-nascidos. O desafio das equipes médicas é entender como o vírus se comporta nas diferentes fases de desenvolvimento do bebê, especialmente porque nessa fase da vida, o sistema imunológico ainda é frágil.
A pediatra do Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças, Cristina Alves Cardoso, destaca casos em que a criança chegou a desenvolver anticorpos ainda no útero, quando a mãe foi contaminada.
A médica explica, ainda, que gestantes acometidas pela Covid-19 podem ter a recomendação de parto cesária, como uma forma de prevenir complicações por questões respiratórias.
Foi assim que a advogada Marília Degraf se manteve ao amamentar o filho de dois meses. Mesmo com todos os cuidados, saindo de casa apenas para as consultas médicas e evitando visitas ao bebê, ela foi diagnosticada com Covid-19.
Marília teve sintomas leves, parecidos com o de uma gripe comum – irritação na garganta, dores no corpo e febre. Isso acontece porque cada organismo reage ao vírus de uma maneira diferente. A partir do resultado positivo para a doença, ela e o marido redobraram as medidas de prevenção e passaram a observar possíveis sintomas no bebê.
O vice-diretor técnico do Hospital Pequeno Príncipe e infectologista pediátrico, Victor Horácio de Souza Costa Júnior, detalha os sinais que bebês com menos de seis meses podem apresentar em caso de contaminação.
O ideal é evitar o contato – tanto com a criança quanto com a mãe. Em crianças mais velhas, a atenção deve ser redobrada no período pós-covid, para avaliar possíveis sequelas.
O índice de crianças com menos de cinco anos que morreram por causa do coronavírus pode parecer pequeno diante dos 14 mil e oitenta paranaenses que já perderam a vida para a doença. Ele representa 0,06% do total. Mas para quem perde uma criança dentro de casa, não importam os números, os dados, as comparações. A vida perdida era completa e o vazio deixado também.
Reportagem: Ana Flavia Silva