Uma pesquisa feita pela Fiocruz confirma a presença de nove mutações do coronavírus em circulação no Paraná. O novo estudo sobre a linhagem genética da covid-19 reforça a suspeita de que a variante amazônica é predominante.

A partir da análise de 80 amostras de todas as regiões do Paraná, a Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz apontou que 46% dos casos foram causados pela variante P.1, identificada pela primeira vez em Manaus, no final do ano passado. Embora ainda não seja possível afirmar que a nova cepa está ligada aos casos mais graves, as modificações genéticas aumentam o poder de transmissão do coronavírus, acelerando a curva de contágio.

O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, afirma que a variante P.1 circula no Paraná desde o início do ano. Segundo o chefe da pasta, a presença da cepa amazônica também seria a responsável pela evolução mais rápida da doença, além de aumentar o tempo de permanência nos leitos de UTI e enfermaria.

Esse conjunto de fatores pode ter contribuído, inclusive, para o agravamento da taxa de ocupação dos hospitais e unidades de pronto atendimento:

Embora o recorte de 80 amostras possa parecer insuficiente, o estudo abrange todas as regionais do Paraná. Foram analisados dois grupos de materiais vindos das quatro macrorregiões do estado: Leste, Oeste, Noroeste e Norte.

Além da cepa amazônica, os pesquisadores encontraram outras oito mutações genéticas do coronavírus. Entre elas, outras chamadas “variantes de preocupação”, como aquela identificada primeiramente no Reino Unido, que assim como a brasileira também tem um poder de transmissão maior.

O estudo das análises feitas pela Rede Genômica Fiocruz, foi coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde com o apoio do Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Paraná) e da Universidade Federal do Paraná. O Laboratório Central do Paraná supervisionou os resultados. Os dados foram divulgados ontem (30).