Só neste mês o Paraná já acumula mais de 152 mil diagnósticos de covid-19. O número é superior ao registrado nos seis primeiros meses da pandemia: do dia 12 de março até 12 de setembro de 2020 foram 151.293 casos confirmados. A escalada inédita de contaminações pressiona o sistema integrado de saúde, que opera no limite em todas as regiões do Estado. Segundo o boletim mais recente, a taxa de ocupação das UTIs varia entre 94% e 97%.

Em todo o Estado, dos 1.681 leitos de UTI reservados para covid-19, apenas 74 estavam vagos nesta segunda-feira (22). Parte deles, no entanto, reflete vagas que estavam sendo preparadas para outros pacientes. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, o déficit era de 967 leitos. Mais de 550 pacientes aguardavam a liberação de uma unidade de terapia intensiva.

Com uma capacidade limitada de expansão da rede hospitalar, a resposta ideal para o momento é quebrar a rede de contágio pelo coronavírus e evitar que novas pessoas dependam de tratamento médico, uma vez que as unidades estão lotadas. Vários gargalos impedem a ampliação ilimitada dos leitos, sobretudo a falta de profissionais capacitados para a medicina intensivista, além da escassez de equipamentos médicos no mercado.

O crescimento desenfreado do coronavírus em março fez o Paraná, que tem a quinta maior população do Brasil, chegar à terceira colocação no ranking de estados com mais diagnósticos de covid-19. O Paraná só fica atrás de São Paulo e Minas Gerais. Por outro lado, aparece à frente de estados mais populosos, como Rio de Janeiro e Bahia.

Nos primeiros 22 dias de março, conforme os dados da Secretaria de Estado da Saúde, o Paraná acumula 152.183 diagnósticos e 3.274 mortes relacionadas à covid-19, o que representa uma taxa de mortalidade de 2,1%. 

Reportagem: Angelo Sfair