O custo da energia elétrica pode encarecer até R$ 3 bilhões por ano caso a proposta paraguaia de reajuste na tarifa relacionada à Usina de Itaipu seja acatada pelo Brasil. Há pelo menos um ano os dois países negociam o valor cobrado pelo país vizinho para parte da energia fornecida através da hidrelétrica. Com a quitação da dívida bilionária para construção da Usina de Itaipu, em fevereiro do ano passado, a expectativa era de queda no preço da tarifa, porém, a tendência não foi confirmada.

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No último encontro entre os países, em 15 de janeiro, o presidente Lula (PT) reforçou o valor de US$ 16,71 por quilowatt, no que teria sido um consenso entre conselheiros brasileiros e paraguaios no ano passado. Porém, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, teria recusado a proposta e calculado a tarifa em US$ 22,60. Não houve consenso entre as partes.

Segundo projeção da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), a proposta paraguaia acima dos US$ 20 custaria aproximadamente R$ 3 bilhões por ano aos consumidores brasileiros. Na prática, o montante seria diluído na conta de energia. O diretor-presidente da Anace, Carlos Faria, avalia como prejudicial a proposta dos paraguaios e que as negociações entre os países devam levar em consideração apenas os custos de operação da Usina.

Na avaliação do diretor, o Brasil tem uma posição favorável nas negociações por conta da estrutura energética, o que permite que o país mantenha uma posição firme frente ao Paraguai.

Apesar do anúncio do presidente Lula para um novo encontro com o Paraguai nos próximos dias, não há previsão para o encontro. A expectativa é que ele ocorra ainda nesse primeiro trimestre.

Reportagem: Leonardo Gomes