A defesa do ex-presidente Lula pediu ao Supremo Tribunal Federal que seja garantido a Lula o direito de escolher a quais veículos de imprensa ele vai conceder ou não entrevista. A defesa de Lula também pede que a entrevista prevista para essa sexta-feira para a Folha de São Paulo e ao El País seja feita apenas com a presença dos jornalistas Mônica Bergamo e Florestan Fernandes e as equipes deles. O pedido é feito depois que a Polícia Federal autorizou no começo da tarde que outros jornalistas possam assistir a entrevista, mediante credenciamento junto à PF.

A defesa de Lula alega que é de Lula o direito em dar entrevista a quem ele quiser. Já a Polícia Federal alega que não se trata de uma coletiva de imprensa, que jornalistas pré-cadastrados vão poder assistir, mas só poderão fazer perguntas se autorizados por Lula. Segundo a Polícia Federal a quantidade de jornalistas presentes vai depender da logística interna da PF e também da segurança institucional.

A assessoria de imprensa do ex-presidente Lula emitiu uma nota em que considera que a decisão da Polícia Federal de colocar uma plateia de jornalistas na entrevista desrespeita o Supremo Tribunal Federal e o trabalho dos jornalistas da Folha de São Paulo e do El País, que há oito meses buscaram autorização na Justiça para a entrevista.

Para a assessoria de Lula a decisão também viola a decisão do Supremo de que as entrevistas devem acontecer com a anuência do ex-presidente. A assessoria de Lula também considera que a decisão desrespeita os jornalistas da Folha e do El País, “a prática e a ética jornalística ao permitir que profissionais de outros veículos assistam entrevistas exclusivas para outras publicações e publiquem antes uma entrevista pela qual os outros veículos lutaram na Justiça por meses”.

Reportagem: Felipe Harmata