Defesa de mulher que alega ter sido agredida por pms deve formalizar denúncia contra agentes
A defesa da mulher agredida por um policial militar afirma que deve entrar com uma denúncia formal, na corregedoria da corporação, nesta segunda-feira (25). Stephany Rodrigues é dona de uma hamburgueria que foi fechada pelos policiais, segundo ela, por estar com a ocupação acima da capacidade permitida por decreto municipal.
Segundo a PM, ela desacatou policiais, reagiu à prisão e ainda tentou agredir um agente – por isso teria sido necessário o uso da força. Foi na última sexta-feira (22) à noite, na Rua Raul Pompéia, Cidade Industrial de Curitiba. Com o rosto ferido, a comerciante alega que foi agredida por um dos pms. No entanto, o policial responsável pela operação alegou que os ferimentos foram causados pelo atrito com o asfalto já que ela se debatia no chão enquanto os policiais tentavam algemá-la. Ela foi até os policiais depois que um rapaz teria sido retirado a força, de dentro de casa, por desacatar os pms.
No vídeo gravado por ela, dá para ver quando os militares arrastam o homem para fora do terreno, derrubando um portão. Ela foi em direção aos policiais, filmando a ação e afirmando que “tinham passado dos limites”, além de exigir que eles fizessem uso de máscara, item obrigatório de acordo com o decreto municipal.
As imagens também mostram o momento em que um dos agentes derruba o celular dela, depois de ordenar que ela mantivesse distância. Ela começa uma discussão e desacata os policiais, quando um deles a joga no chão. A comerciante, então, resiste à prisão. Um dos policiais a golpeia, na boca, com a boina. Em seguida, ela grita que foi atingida com um soco.
Stephany foi levada para o Fórum da Cidade Industrial de Curitiba e assinou um termo circunstanciado por desacato. O advogado do policial, Claudio Dalledone, diz que os policiais foram até o local para coibir uma festa com som alto em via pública – o chamado ‘pancadão’. Alega, ainda, que houve uma ação orquestrada contra os policiais.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirma que as imagens revelam “exagerado e inaceitável uso da força contra a cidadã, a pretexto de desacato”. O órgão ainda afirma que vai pedir “imediato afastamento das funções dos policiais envolvidos”, abertura de inquérito e adoção das sanções penais e administrativas cabíveis contra os responsáveis. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que determinou às polícias que apurem o caso para esclarecer o ocorrido. O prazo para conclusão do procedimento é de 30 dias.