Depois de secretária reafirmar que “não tem vacina para comprar”, Greca comemora decisão do STF
O governador Ratinho Junior disse, nesta terça-feira (23), que o estado não descarta novas medidas restritivas para conter o avanço do coronavírus. Ele participou de um encontro virtual com os demais governadores do Sul. A intenção do grupo é alinhar estratégias comuns de enfrentamento à pandemia nos três estados. Aqui no Paraná, Ratinho Junior reforçou a preocupação com o Oeste e, em especial, com Foz do Iguaçu. Cerca de 60% dos atendimentos na cidade são de brasileiros e paraguaios que moram no país vizinho.
O risco de colapso no sistema vai ser tema de uma reunião com a prefeitura, nos próximos dias. Ratinho Junior não adiantou a natureza das novas medidas restritivas no estado, mas reconheceu que o momento é delicado.
Os governadores do Sul vão encaminhar um ofício ao Ministério da Saúde, nos próximos dias, para apresentar algumas das pautas comuns aos três estados. Eles aguardam a continuidade do financiamento de leitos e insumos para UTI, além de mais agilidade na vacinação.
Sobre o agravamento da pandemia no Paraná, Ratinho Junior avalia que o início da campanha de imunização trouxe uma falsa sensação de alívio.
Nesta terça-feira (23), a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal decidiu que estados e municípios podem comprar e fornecer à população vacinas contra a Covid-19. A medida, no entanto, está condicionada ao descumprimento do Plano Nacional de Vacinação pelo governo federal ou de insuficiência de doses.
A liberação também vale para os casos em que a Anvisa não conceda autorização para uso de imunizantes aprovados por agências reguladoras de outros países, em 72 horas. O prefeito Rafael Greca comemorou a decisão do STF.
No Senado, um projeto de lei, apresentado nesta terça-feira (23), facilita a compra de vacinas contra o coronavírus por empresas privadas. O texto também permite que estados e municípios assumam a responsabilidade civil por eventuais efeitos adversos provocados pelos imunizantes. Isso reforça a possibilidade de aquisição de vacinas por governadores e prefeitos.
O senador Oriovisto Guimarães apresentou uma emenda para que as doses destinadas à um estado ou município, que já tenham adquirido a vacina, possam ser devolvidas ao Ministério da Saúde e reaproveitadas em outras localidades.
O governo do estado sustenta que o toque de recolher, adotado desde o começo de dezembro no Paraná, impediu uma ocupação ainda maior de leitos, com o controle do avanço dos traumas.
O secretário de saúde, Beto Preto, reforçou a mudança no perfil dos internamentos. Cresceu o volume de jovens e a ocorrência de casos graves em diferentes faixas etárias. Antes, os pacientes eram assintomáticos ou envolviam casos leves.
No Congresso, o projeto que facilita a compra de vacinas contra a Covid-19 vai ser analisado pelas comissões temáticas do Senado. Ainda não há prazo para que ele chegue ao Plenário.
Reportagem: Cleverson Bravo/Lorena Pelanda