O corpo do cardeal dom Geraldo Majella será sepultado na manhã desta segunda-feira (28), em Londrina, no norte do Paraná. A última missa de despedida está marcada para as 10h. Na sequência, o ritual fúnebre será encerrado com o enterro na cripta da Catedral Metropolitana de Londrina.

O final de semana foi marcado por despedidas e missas em homenagem ao arcebispo emérito de São Salvador.

Majella morreu na madrugada de sábado (26). Ele lidava com consequência de um AVC sofrido em dezembro do ano passado. O cardeal morava no Paraná desde 2014 e liderou a arquidiocese de Londrina por oito anos e meio.

Na primeira missa do funeral, o arcebispo dom Geremias Steinmetz destacou a importância e a influência do cardeal no interior do Paraná. Para ele, Majella soube fazer uma análise da conjuntura social brasileira para atuar onde havia a maior necessidade. Segundo Steinmetz, foi a partir desse olhar que surgiu um dos maiores e mais importantes projetos globais de combate à desnutrição e mortalidade infantil:

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da qual Majella foi presidente no início dos anos 2000, emitiu nota de pesar lamentando e exaltou o extenso legado deixado pelo cardeal. O secretário-geral da CNBB, Dom Ricardo Hoepers, destacou a generosidade, o perfil agregador de Majella, e a disposição para mediar conflitos:

Dom Geraldo Majella era mineiro, nascido em Juiz de Fora. Ele estudou teologia e filosofia em São Paulo. Em 1978, aos 44 anos, foi eleito bispo de Toledo.

Cinco anos depois de iniciar a atuação no interior do Paraná, ao lado de outros líderes, como a médica Zilda Arns, dom Geraldo Majella fundou a Pastoral da Criança em 1983. A iniciativa criada em Florestópolis se espalhou por todos o Brasil e também está presente em dioceses da América Latina e da África.

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Como um dos mais influentes membros da Igreja Católica no Brasil, Majella foi o responsável por anunciar a beatificação de Santa Dulce em 2010, e foi também quem escrever a oração em exaltação à primeira santa brasileira.

Foi nomeado arcebispo Primaz do Brasil em 1999, pelo Papa João Paulo II, e permaneceu no posto até 2011, quando pediu renúncia.

Dom Geraldo Majella também participou dos dois últimos conclaves – a reunião no Vaticano para a escolha de um novo papa – em 2005 e 2013.

Reportagem: Angelo Sfair