Eleições 2020: transexuais correspondem a menos de 1% do total de candidaturas no Paraná
No primeiro ano que passou a ser permitido o uso do nome social no registro de campanha, o Paraná contabiliza apenas 10 candidaturas de transexuais. Nas eleições de 2016, o número era de seis. Em todo o Brasil, neste ano são 281 candidaturas, contra 89 no pleito anterior. Entre as candidatas do Estado, nove disputam vagas como vereadora e uma como prefeita. Delas, 30% se declaram negras e 40% integram partidos de direita. Os dados fazem parte de levantamento feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Para a doutora em Educação e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Megg Oliveira, o aumento das candidaturas é uma vitória para o movimento trans, podendo potencializar a representativa do público nas decisões públicas.
Conforme dados divulgados pela pesquisa da Antra, 90% das candidaturas são de travestis e mulheres trans. Com relação à identidade étnico-racial das candidatas, 30% se declaram como mulheres negras (pardas ou pretas). No cenário nacional, 69% se declaram pretas ou pardas.
De modo geral, com o aumento de candidaturas, a representatividade é considerada um avanço, porém, segundo a professora, ainda existem dificuldades que inibem a participação política de transexuais, sobretudo por preconceito.
No Paraná, entre as 10 candidatas trans, a partidos de todos os aspectos políticos. Segundo o levantamento, 50% das candidaturas trans podem ser consideradas de esquerda, 40% de direita e 10% do centro.
Reportagem: Leonardo Gomes