Quatro pessoas foram mortas em confrontos com a Polícia Militar em menos de 24 horas, só em Curitiba. No início da tarde de quarta (22), um homem morreu depois de ter reagido a uma abordagem de policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), no bairro Santa Cândida. Segundo a PM, ele estaria com mais dois rapazes em um carro roubado. Ao perceberem a presença das viaturas, todos tentaram fugir. Houve troca de tiros e o homem morreu no local. Um dos assaltantes foi preso e o outro conseguiu fugir. Na noite de terça (21), três assaltantes entraram em um condomínio de luxo no Bom Retiro, em Curitiba. Depois de fazerem os moradores reféns, eles foram mortos em confronto com a polícia. Um dos policiais chegou a ser baleado no braço, mas passa bem. De acordo com o comandante da RONE – as Rondas Ostensivas de Natureza Especial -, Sérgio Augusto Silva, a incidência de mortes nos confrontos está relacionada à presença mais ostensiva da polícia e não tem a ver com a conduta dos policiais. Ele conversou com Helen Anacleto.

Para o capitão da PM, outro ponto é a mudança no comportamento dos próprios detidos. Ele explica que a reação no momento da abordagem dos policiais tem sido mais violenta.

A Polícia Militar defende que as ações mais firmes têm resultado em um número maior de armas apreendidas. De acordo com o relatório anual da Secretaria de Segurança Pública do estado, quase 7 mil delas foram tiradas de circulação no Paraná, só em 2014. O combate ao armamento irregular é uma das bandeiras defendidas pelo atual titular da pasta, Fernando Francischini. Quando assumiu o cargo, em dezembro do ano passado, Francischini prometeu implantar um sistema de recompensa aos policiais a cada arma apreendida. De acordo com a secretaria, o projeto ainda não foi colocado em prática porque precisa de aprovação na Assembleia Legislativa e sanção do governo do estado. A reportagem da BandNews entrou em contato com a Polícia Militar para saber se há um levantamento oficial sobre o número de pessoas mortas em confronto com policiais em Curitiba, nesse ano, mas foi informada de que o levantamento ainda não existe. A assessoria de imprensa da PM também disse que os dados, se disponíveis, só serão divulgados após aprovação do comando-geral.