Colunistas // Mirian Gasparin

O mundo inteiro passa por um momento delicado em relação a falta de líderes corporativos, principalmente quando se analisa os profissionais da geração Z, ou seja, os denominados zoomers, que formam a primeira geração de nativos digitais, que nasceram em um mundo no qual o uso da internet já estava popularizado.

Eu conversei com o sócio da empresa Ynner Developing People, Yuri Trafane, e eleme informou quepesquisas apontam que 66% dos jovens não querem ser líderes de empresas. A justificativa pela falta de interesse é que esses jovens ao analisarem as gerações anteriores chegaram à conclusão que esses profissionais pagaram um preço muito alto para serem líderes corporativos, com jornadas altas de trabalho, além de terem adquirido doenças como depressão e burnout.

Os jovens profissionais de hoje, segundo Yuri Trafane, têm como prioridade a qualidade de vida e somente fazem aquilo que querem. Ele me contou que nos seus 35 anos de profissão chegou à conclusão que a maioria dos profissionais que assumiram cargos de liderança o fizeram porque não tinham outro caminho para crescer e ganhar dinheiro.

Por exemplo, até algum tempo atrás, num período de cinco anos os profissionais casavam e tinham filhos e lutavam para conseguir um bom cargo na empresa e uma remuneração maior. Atualmente, os trabalhadores estão casando depois dos 30 anos e demoram para ter filhos. Portanto, não têm ambição de crescer profissionalmente e ganhar dinheiro.

Eu perguntei ao especialista como a falta de líderes será corrigida, e ele me explicou que o próprio mercado se encarregará disso. Na sua avaliação, as empresas terão que elevar os salários e investirem mais na formação de líderes, uma vez que bons líderes inspiram novas lideranças.

Agora, diante do quadro atual, o sócio da Ynner, acredita que as empresas terão menos cargos de chefia, o que significa que num período de 5 a 10 anos as companhias precisarão mexer na sua estrutura em função da falta de lideranças.