Especial: Mães que abrem a mão da própria vida pelos filhos
Quase às vésperas do Dia das Mães, a BandNews decidiu falar sobre as mulheres que são verdadeiros modelos de dedicação e de entrega. Não são raros os casos de mães que fazem o inimaginável pelos filhos, mas o fato é que, muitas vezes, elas permanecem anônimas. É este o caso, por exemplo, da Márcia Isabel Taniguti, que mora em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Para ajudar o filho, Márcio Taniguti, de 26 anos, que tem paralisia cerebral e usa cadeira de rodas, ela frequenta, há mais de cinco anos, as aulas do curso de Jornalismo de uma universidade da capital. E conta como é essa rotina tão diferente de provas, trabalhos e de muito estudo, a essa altura da vida.
Ela explica ainda que Márcio sempre teve paixão pelos estudos. Por isso, desde cedo, a mãe soube que precisaria acompanhar o filho durante toda a jornada acadêmica. Com tanto aprendizado, o rapaz lançou um livro de poesias em 2011 e agora se prepara para um desafio ainda maior: a conclusão do ensino superior.
Como sempre, Márcia se prepara para estar com o filho e passar, ao lado dele, pela banca examinadora. Mas ela confessa que procura não pensar muito no assunto, pelo menos por enquanto; não por medo da circunstância, e sim pela emoção que esse momento reserva.
A psicóloga Rita Lous, que coordena o setor de Voluntariado do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, explica que, embora extremo, esse tipo de comportamento é comum em várias situações. Ela fala sobre as mulheres que não hesitam em abrir mão da própria vida para ficar com os filhos, muitas vezes em condições precárias, ou muito difíceis, somente para apoiar os pequenos com graves problemas de saúde.
A psicóloga também conta o que é que move todas essas mulheres.
O filho de Márcia Taniguti teve paralisia cerebral no nascimento, por falta de oxigenação. Por causa disso, Márcio tem até hoje problemas locomotores, não anda e praticamente não fala. Mas a parte cognitiva foi completamente preservada e é cada vez mais estimulada pela família, em especial a mãe, que não perde um dia de aula. Além do livro publicado, que tem 70 poesias, o rapaz também interage nas redes sociais e tem um blog que aborda, entre outras coisas, as deficiências de modo geral. Um dos versos publicados na página traduz bem o que ele sente. “Se a vida não fosse difícil, não teria graça de viver”.