Especialistas alertam para os riscos do desenvolvimento de quadros de obesidade em crianças por conta da pandemia. Com a rotina de estudos e atividades sociais limitadas para dentro de casa, parte dos jovens deixam de ter hábitos saudáveis. Conforme dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), no Paraná cerca de 27% das crianças e adolescentes de 0 a 17 anos estão obesas. Em crianças de 0 a 4, quase 8% estão acima do peso.

Para a endocrinologista pediátrica, Gabriela de Carvalho Kraemer, o isolamento provocado pela pandemia aumentou o consumo de produtos industrializados, ricos em gorduras e açúcar, levando assim as crianças ao sedentarismo, propiciando o desenvolvimento da obesidade.

Além da baixa autoestima, que pode levar a distúrbios como anorexia e bulimia, existem outras consequências físicas que podem acometer crianças obesas como problemas ortopédicos, levando a desvios de coluna, joelho e quadril. A apneia do sono, alterações nos níveis de colesterol e ao decorrer do tempo evolução para quadros de hipertensão arterial e diabetes.

Segundo o ortopedista pediátrico Evando Jose Aguila, a adoção de hábitos saudáveis é a ferramenta fundamental para evitar o excesso de peso e as doenças desencadeadas pela obesidade. Em período de pandemia, a recomendação é se exercitar com base na rotina de cada um.

Conforme o médico, é importante ter um planejamento daquilo que vai ser adquirido e consumido. Organizar as refeições antes de ir ao supermercado, por exemplo, é uma forma de evitar saídas desnecessárias e o desperdício. Esse hábito também contribui para o consumo de alimentos saudáveis, preferencialmente in natura ou minimamente processados, que servirão de base para a alimentação e para as preparações culinárias da casa.

Reportagem: Leonardo Gomes