Família de jovem morto pela PM contesta versão da corporação e alega que suspeito não andava armado
Familiares e amigos de Leandro Pires Cordeiro, morto pela Polícia Militar neste domingo (21), na BR-277, em São José dos Pinhais, contestam a versão de que o jovem estava armado. A corporação fala em confronto e defende que os militares atiraram em reação aos disparos feitos pelo suspeito. Pessoas próximas à vítima afirmam que Cordeiro nunca andou armado e que trabalhava como motoboy. Ele teria tentado evitar uma abordagem para não correr o risco de ter a moto apreendida.
Perseguido por algumas quadras, o suspeito foi morto a tiros pela Polícia Militar. Um áudio atribuído a um policial mostra que o agente fala em troca de tiros:
Por meio de nota, a PM confirma essas informações. Segundo o boletim de ocorrência registrado pelo 17º Batalhão, a PM foi acionada para checar uma denúncia feita pelo ‘190’ de que havia um homem armado pilotando uma moto próximo à BR-277. Diz a nota que uma equipe seguiu até um local informado e fez a abordagem, mas o rapaz teria fugido.
Durante a perseguição, segundo a PM, “o rapaz de moto atravessou o canteiro da BR-277, […] sacou uma arma e atirou contra a equipe, que revidou”. O jovem morreu na hora. No boletim consta ainda que uma arma de fogo, revólver calibre 32, foi apreendida.
A família não acredita na versão. A mãe de Leandro, Patrícia Kelly do Nascimento Pires, afirma que o filho foi perseguido pela Polícia Militar porque estava empinando a moto no bairro Jardim Fátima. Ela diz que o filho nunca andou armado:
A Polícia Civil investiga o caso. A Corregedoria da PM também foi acionada, como acontece em todas as ações que resultam em mortes.
Reportagem: Angelo Sfair