As forças-tarefas das operações Lava Jato e Greenfield no Ministério Público Federal criticaram nesta quarta-feira (17) a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que suspendeu as investigações com base em dados fornecidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O pedido de suspensão foi feito a pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro, que é investigado após movimentações financeiras atípicas em suas contas. O processo é baseado em relatórios do Coaf, que atua para prevenir e reprimir a lavagem de dinheiro. Em nota, os procuradores demonstraram preocupação com a medida e afirmam que a determinação “contraria recomendações internacionais de conferir maior amplitude à ação das unidades de inteligência financeira”.

Para o MPF, a decisão vai impactar muitas ações que apuram corrupção e lavagem de dinheiro no país, criando risco à segurança jurídica. No comunicado, os procuradores da Lava Jato dizem ter recebido, nos últimos cinco anos, inúmeras informações sobre crimes contra a Receita, do COAF e do Banco Central, inclusive a partir da iniciativa dos órgãos quando se depararam com indícios de atividade criminosa.

Os integrantes do MPF, afirmaram, inclusive, que sem esses dados muitas das ações que resultaram em condenações da Lava Jato não teriam ocorrido. Os procuradores ainda defendem que o caso seja analisado o mais rápido possível pelo Plenário do STF.

Reportagem: Thaissa Martiniuk