Irregularidades e gambiarras levaram ao desabamento do teto do supermercado de Pontal do Paraná, no litoral do estado. Essas foram as palavras escolhidas pela perícia para descrever a situação que levou à morte de três funcionárias do estabelecimento, em 22 de março.

O projeto estava correto. No entanto, as alterações foram feitas na execução da obra. Quem explica é o perito Luis Noboru.

O relatório da perícia, que serviu de base para o inquérito, foi concluído com 198 páginas. Ele aponta que o desabamento aconteceu quando a parte inferior das lajes do terceiro piso rompeu, devido à falta de reforço da estrutura. Ainda de acordo com o perito, a água das caixas que desabaram pode ter ajudado a salvar vidas.

As vítimas eram Rayssa Batista Santos, Camille Vitoria Dias, ambas de 18 anos, e Pryscilla Farro, de 36 anos. O dono do supermercado, o proprietário da construtora e o responsável pela obra serão indiciados por três homicídios culposos e doze lesões corporais culposas, quando não há a intenção de matar, mas o risco é assumido. No entanto, alguns pacientes ainda não se recuperaram, como explica o delegado responsável pelo caso, Jader Roberto.

Na vistoria, o Corpo de Bombeiros apontou que faltavam saídas de emergência, assim como a sinalização. Já a prefeitura não emitiu o alvará de funcionamento. No entanto, autoridades municipais participaram da inauguração e não serão responsabilizadas pelo caso.

Com a conclusão do inquérito cabe ao Ministério Público oferecer ou não a denúncia contra os suspeitos.

Reportagem: Larissa Biscaia