A vacina contra a Covid-19 em desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) receberá um investimento de R$ 700 mil. A aplicação será do Governo Federal, feita por meio da Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF). O imunizante, que está em fase de testes, apresentou anticorpos comparáveis e até superiores aos produzidos com a vacina de Oxford/AstraZeneca.

Segundo o Governo do Estado, o estudo deve contribuir para o combate à pandemia com uma alternativa economicamente viável para a produção de um imunizante.

O grupo de pesquisadores trabalha com uma técnica nova na vacina, o POLI-HIDROXI-BUTIRATO (PHB), um componente produzido por bactérias, recoberto por partes da proteína Spike, a “cola” que liga o vírus às células humanas.

O professor do Departamento de Bioquímica da UFPR, Emanuel Maltempi, acredita que a técnica pode ser usada, futuramente, para desenvolver outras vacinas.

Os próximos testes pretendem descobrir se os anticorpos produzidos pela imunização têm efeito neutralizante, ou seja, se eles impedem que o vírus infecte.

A vacina deve ser protocolada para aprovação da Anvisa em seis meses e então pode começar os testes em humanos.

A vacina paranaense não precisa de insumos importados e pode ser produzida totalmente no Brasil. A Coronavac, por exemplo, depende do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), que é importado, o que dificulta a produção local. O custo da dose, incluindo materiais e insumos, é calculado em aproximadamente R$ 10,00. Segundo apuração da Agência Lupa, o Ministério da Saúde paga R$ 17,28 pela vacina de Oxford/AstraZeneca e R$ 58,20 na CoronaVac.

Até o momento, a pesquisa recebeu aporte de aproximadamente R$ 230 mil pela Rede Vírus, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Também recebeu outros R$ 40 mil em recursos próprios da universidade. De acordo com a reitoria da UFPR, os custos envolvidos podem chegar a R$ 30 milhões.

Reportagem: Larissa Biscaia