Governo do Paraná pode deixar de controlar a Copel
Proposta prevê venda de ações e apenas 15% para o Estado
No pacotão de projetos enviado pelo poder executivo à Assembleia Legislativa do Paraná está a proposta que pretende transformar o regime de capital da Copel.
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A proposta é que a empresa de energia deixe de ter o capital aberto e passe a ter capital disperso, sem acionista controlador. Isso significa que o executivo estadual não seria mais quem dá as cartas na companhia.
Segundo o projeto, a medida é importante para capitalização da empresa e posicionamento no mercado nacional, como defende o presidente da casa legislativa Ademar Traiano (PSD).
A proposta gerou questionamentos por parte de vários deputados e polêmica na Assembleia Legislativa. A deputada Mabel Canto (PSDB) considera que faltam informações para que os parlamentares consigam decidir se a proposta é vantajosa ou não aos paranaenses. Ela cobrou que um estudo elaborado pelo Conselho de Controle das Empresas Estaduais (CCEE), que baseou o projeto, não foi incluído na proposta.
Além disso, ela considerou que não está claro como a medida impacta a população e criticou o pouco tempo disponível para fazer esta avaliação.
Mabel Canto sugeriu que deveriam ser realizadas pela Assembleia audiências públicas nos mesmos moldes do que aconteceu com o pedágio. A oposição acusa Ratinho Junior de não ter indicado durante a campanha suas intenções para a Copel, na avaliação da bancada, a empresa está sendo privatizada.
Pela proposta, o executivo deixaria de ser o acionista controlador, com 31,1% da companhia e poderia ficar com apenas 15% das ações do capital social, o que permitiria que outros acionistas tivesse cotas maiores do que o próprio governo do Paraná.
Além disso, o deputado Tadeu Veneri (PT), líder da oposição na casa, afirmou que a justificativa da necessidade de capitalização da empresa não procede, já que a companhia teria este capital disponível.
A proposta demandaria uma mudança no estatuto da empresa, mas sem alteração de nome ou sede. Acionistas também teriam limite de votos correspondente a 10% da quantidade total de votos da assembleia geral e seriam proibidos acordos de acionistas para formação de blocos que superassem esse limite.
O líder do governo, Marcel Micheletto (PL) defendeu que, pelas características, o projeto não representa a privatização da empresa.
Movimentos organizados por funcionários da companhia já indicam manifestações em frente à Assembleia para se posicionar contra o projeto.
Um buzinaço deve ocorrer à uma da tarde, e, na sequência, os manifestantes devem entrar na Assembleia para acompanhar a sessão. Segundo eles, o modelo atual de negócios previa um reinvestimento da venda da Copel Telecom, o que não ocorreu, tendo a maior parte sido distribuída à acionistas como excedente de caixa.
Reportagem: Amanda yargas.