O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), afirmou que se sente contrariado pela decisão do Ministério da Saúde que suspendeu a aplicação da vacina contra a covid-19 em adolescentes. Em resposta a curitibanos, pela internet, ele disse esperar que o governo federal reveja a decisão e ouça os apelos de estados e municípios. Embora algumas cidades tenham convocado pessoas com idades entre 12 e 17 anos para tomar a primeira dose, o Paraná ainda não havia iniciado oficialmente a vacinação deste grupo.

Questionado na internet sobre quando os adolescentes serão vacinados em Curitiba, Rafael Greca afirmou que o município questionou o governo federal sobre a decisão. O prefeito ainda explicou que a capital tem menos autonomia para formular o calendário de vacinação porque não produz imunizantes e depende exclusivamente do envio de doses pelo Ministério da Saúde.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária autoriza a vacinação de adolescentes apenas com vacinas da Pfizer. O laboratório norte-americano foi o único até agora a apresentar documentos e estudos que comprovam a eficácia e a segurança da aplicação nesta faixa-etária. As doses da Pfizer são distribuídas aos estados exclusivamente pelo Ministério da Saúde e devem ser aplicadas conforme a recomendação do PNI, o Plano Nacional de Imunização.

Na última quinta-feira (16), sem consultar o grupo técnico que auxilia a tomada de decisões do governo federal, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga suspendeu a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades. Cientistas, infectologistas e associações médicas criticaram a decisão. A própria Anvisa marcou posição contrária à suspensão, reafirmando que os benefícios da vacinação deste grupo é muito superior aos eventuais riscos e desmentindo a alegação de que foram relatados efeitos adversos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a vacinação de adolescentes para os países que conseguiram uma alta cobertura vacinal nos grupos prioritários, que incluem profissionais da saúde, idosos e imunossuprimidos. A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná anunciou que estava em contato com outros estados para pressionar o governo federal a voltar atrás na decisão.

Reportagem: Angelo Sfair