No Paraná, até o final da manhã de hoje (1º), o único ponto de concentração de caminhoneiros em greve era registrado na Régis Bittencourt, no trecho da BR-116 que liga Curitiba a São Paulo. Dezenas de manifestantes se reuniam em um posto de combustíveis em Quatro Barras, na região metropolitana da capital. Em protesto, eles pretendiam bloquear ao menos uma das faixas da rodovia, no sentido São Paulo, mas foram impedidos pela Polícia Rodoviária Federal.

De acordo com a PRF, no Paraná, em toda a malha rodoviária federal, não foi registrado nenhum ponto de retenção total ou parcial ou total na manhã desta segunda-feira (1º).

Na final da semana passada, a Justiça Federal no Paraná decidiu proibir bloqueios na BR-116 e na BR-376. As decisões liminares foram expedidas pela 3ª e pela 5ª Vara Cível de Curitiba, atendendo solicitações da concessionária Arteris, responsável por trechos das duas rodovias. A Justiça Federal já havia decidido nesse sentido em trechos paulistas. No Paraná, foram impostas multas de até R$ 100 mil casos os caminhoneiros autônomos decidissem bloquear as rodovias.

Nos despachos, os juízes reconhecem o direito à manifestação, mas destacam que ele não se sobrepõe a outros direitos fundamentais garantidos pela Constituição. Eles também avaliam que o momento atual é diferente, devido à pandemia do coronavírus, que exige uma preocupação maior com o bem-estar social. Os magistrados proíbem, portanto, “atos de tumulto, depredação, bloqueio ou ocupação”. Além disso, autorizam o uso de força policial, caso necessário, para que se cumpram as liminares.

Segundo o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas, com ou sem bloqueios, a paralisação está mantida. Os caminhoneiros autônomos querem visibilidade para a causa que defendem:

Diferentemente da greve de 2018, desta vez o movimento é liderado pelos caminhoneiros que não estão ligados às grandes transportadoras. Por isso, a abrangência do protesto é menor. O grupo reivindica a redução do ICMS, imposto estadual que encarece o combustível, e protestam contra o alto custo do pedágio, que encarece o frete, sobretudo em trechos longos. Os caminhoneiros autônomos também protestam pela abertura das divisas, apesar da pandemia do coronavírus.

O Ministério da Infraestrutura e a Polícia Rodoviária Federal informaram, em nota, nesta manhã, que todas as rodovias federais sob gestão do DNIT encontravam-se com livre fluxo de veículos, sem pontos de retenção total ou parcial.

Reportagem: Angelo Sfair