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“Horário comercial” explora significado do trabalho

Performance que durou o dia todo fez críticas ao sistema

 “Horário comercial” explora significado do trabalho

Foto: Letícia França

Um ator preso por cordas, ao lado da estação-tubo Central, na quarta-feira (27), chamou a atenção de alguns pedestres e passou despercebido por tantos outros, acostumados a cenas inusitadas no centro de Curitiba. Mas, desta vez, se tratava de uma performance única e filosófica, proposta pelo Theatro Fúria. Carolina Argenio, produtora de toda a ação, definiu como uma “intervenção” no dia a dia do curitibano.

Em “Horário Comercial”, o trabalho do personagem não era nada menos que amarrar muitas cordas e desamarrá-las logo depois, iniciando um ciclo infinito sem definição ou sentido. Sem parar, ele fazia seu trabalho sem concretizar nada e isso trouxe a verdadeira essência da ação: por que continuar?

Durante a apresentação, que começou de manhã e foi até o fim da tarde, foi possível interagir e conversar com muitas pessoas ao redor do trabalhador, e uma delas foi Maria Pereira, de São Paulo, que está na cidade para acompanhar o Festival de Curitiba. De acordo com ela, “a performance exige uma visão crítica do público pois é necessário ler as entrelinhas”. 

Maria explicou que o público não assiste a performance e sim a “digere”, pois é algo para se lembrar, pensar e refletir sobre a vida. No entanto, diferentemente da visão de Maria, boa parte do público ao redor não entendeu o motivo da ação do personagem, pois à primeira vista é algo sem sentido. Assim, Carolina Argenio e o trabalhador estavam lá para esclarecer para quem viesse perguntar e assim entender mais a fundo a performance original do Theatro Fúria.

O trabalhador, interpretado por Pericles Sanark, explicou: “essa performance não é para se assistir, e sim para filosofar sobre como gastar o tempo de vida delas”, dizendo também que o verdadeiro tema é sobre o trabalho e sobre o sistema, “o sistema quer sugar toda essa energia, digamos, ele quer nos anestesiar, ou seja, ele quer que foquemos no trabalho para sermos máquinas e abandonarmos, sem percebermos, nossa essência”, esclareceu.

Além disso, ele explica que “o artista não traz a solução e sim coloca um ponto de interrogação na cabeça das pessoas”, deixando claro que a performance pode ter diversos significados, sendo um deles, o principal tema, o trabalho e suas oito horas líquidas de fazer algo e não concretizar nada. Sanark finalizou dizendo “Parece que as pessoas acreditam mais no sistema do que nelas próprias”, deixando de lado a reflexão sobre o que fazemos com o nosso tempo. 

A performance é uma trilogia do Theatro Fúria, o que dá oportunidade ao público de conhecer os atores e produtores. Com o nome Trilogia dos Cabos, haverá a segunda e terceira parte da performance, com temas diferentes, sendo elas:

Nó’Sapiens, no dia 28 de março, às 11h30 na Praça Generoso Marques e no dia 29 de março, às  15h, na Praça General Osório, e no dia 30 de março, às 10h, na Praça Generoso Marques.

A última parte da trilogia será “E a Justiça dos Poderes a Mim Conferidos”, nos dias 28 e 29 de março, às 18h, no bebedouro do Largo da Ordem.

O Theatro Fúria faz esse tour no centro de Curitiba, promovendo a essência da palavra “questionar” em suas performances, fazendo o público ir contra o sistema, pensando e acreditando em si mesmos. 

Informações: Letícia França, da Universidade Positivo

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larissa.biscaia

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