28 atletas do Paraná embarcam para Lima, no Peru, para a disputa dos Jogos Parapan-Americanos. As competições têm início no dia 23 e a delegação brasileira começa a embarcar neste final de semana.

Oficialmente, esta é a sexta edição do evento que reúne diversas modalidades esportivas disputadas por pessoas com deficiência. Jogos que ensinam sobre dedicação, superação e inclusão. E também, é claro, sobre esporte em alto nível.

A nadadora Tisbe de Souza Andrade Silva tem 20 anos e desde 2013 se dedica à natação em nível competitivo. Pela primeira vez ela representará o Brasil:

Para alcançar esse nível competitivo Tisbe vai para a piscina seis dias por semana (em cinco destes dias o trabalho é nos dois turnos: manhã e tarde). Trocas de categorias fizeram com que ela quase desistisse das competições em 2017.

Mas agora o momento é outro e a expetativa pelo Parapan já bate à porta:

O paradesporto entra na vida de muitas pessoas com deficiência em meio às sessões de fisioterapia. No caso de Eric de Oliveria Tobera, o apoio de um familiar em especial foi fundamental. Foi do avô dele, Vivaldir de Oliveira, a ideia de construir uma piscina para as atividades de reabilitação.

A perda recente deste avô desencadeou em Eric um quadro de depressão. E a natação, nessa história, foi uma ajuda importante, aliada ao acompanhamento médico, para que o paratleta se recuperasse plenamente. Agora o foco é total nos Jogos Parapan-Americanos. Ele encara a responsabilidade com tranquilidade:

Tisbe e Eric compartilham a missão, o esporte, a piscina e também o treinador: Rui Menslin, técnico de natação do Comitê Paralímpico Brasileiro. Ele passou as últimas semanas acompanhando de perto os nadadores – na fase de ‘polimento’ final, com um cuidado especial na parte técnica. Rui reconhece que nem todos os paratletas têm essa oportunidade.

Segundo o treinador, apesar de o Brasil contar com um comitê paralímpico organizado, os recursos financeiros – sobretudo os provenientes da iniciativa privada – ainda são distribuídos de forma muito desigual. Rui Menslin destaca projetos de inclusão, como o da PUCPR, do qual ele, Eric e Tisbe fazem parte:

Superando mais esta barreira, a delegação brasileira embarca para Lima, no Peru, com 512 integrantes, sendo 337 atletas. Referência no paradesporto, o Brasil já conquistou mais de 1.000 medalhas nas cinco primeiras edições dos Jogos Parapan-Americanos, sendo 445 de ouro. O país tentará, neste ano, terminar a competição na liderança do quadro geral de melhadas pela quarta edição consecutiva.

Reportagem: Angelo Sfair