A Justiça paranaense determinou a retirada de uma nota no site do Sindicato de Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (SINDIMOC), que acusa o prefeito de Campo Magro, Carlos Casagrande (PSD), de desviar vacinas da Covid-19, destinadas aos trabalhadores do transporte coletivo da cidade.

A decisão é liminar e foi publicada na última sexta-feira (2), após pedido do Executivo municipal, e fixa multa diária de R$ 1 mil, em caso de descumprimento. O sindicato ainda não foi notificado da decisão e a nota que acusa o desvio de vacinas permanece no ar.

Segundo a Judiciário, o sindicato faz graves acusações ao prefeito, sem trazer qualquer prova, ou indício mínimo de que as vacinas teriam sido efetivamente desviadas. A decisão considera, ainda, que o prefeito conseguiu explicar no processo, a destinação das 85 vacinas da Jansen enviadas ao município pelo Governo do Estado.

Um oficio assinado pelo secretário municipal de saúde do município, que foi anexado ao processo, informa uma procura 4 vezes maior ao número de doses enviadas à cidade, para serem aplicadas no grupo prioritário de caminhoneiros, motoristas e cobradores do transporte coletivo.

Enquanto recebeu apenas 85 doses da vacina da Jansen, se cadastraram para receber o imunizante 205 caminhoneiros e 118 trabalhadores do transporte coletivo. Por conta disso, a pasta informa que priorizou para receber as vacinas da Jansen, que são de dose única, os caminhoneiros que trabalham no transporte de longa distância.

Para os motoristas e cobradores do transporte coletivo da cidade, a pasta informa que disponibilizou doses da Coronavac, que tem o menor intervalo entre as duas doses, para completar o ciclo de imunização. Ainda assim, houve a recusa por parte da categoria, em receber a vacina chinesa. 

Na sexta-feira (2), um protesto promovido pelos trabalhadores, em frente à prefeitura de Campo Magro, exigiu explicações do Executivo, com relação à destinação das vacinas da Jansen. Enquanto o sindicato acusava o desvio dos imunizantes, o prefeito de Carlos Casagrande se defendia, afirmando não ter doses disponíveis para todo o público prioritário e que, por isso, realiza a divisão dos imunizantes com base em critérios técnicos. O prefeito disse, ainda, que não cabe aos motoristas e cobradores escolherem qual vacina vão receber.

Reportagem: David Musso