A força-tarefa Lava Jato denunciou, nesta quinta-feira (21), os operadores financeiros Luiz Abi Antoun e Dirceu Pupo Ferreira pelos crimes de pertencimento à organização criminosa e corrupção passiva. Os dois são suspeitos de integrar um grupo que teria desviado cerca de 8,4 bilhões de reais dos contratos de concessão de estradas do Anel de Integração do Paraná.

A denúncia é um desdobramento da fase 58 da Lava Jato, a Operação Integração II. Nesta etapa já são réus o ex-governador Beto Richa; a esposa dele, Fernanda; o irmão, Pepe Richa; o próprio contador Dirceu Pupo, além de vários outros agentes públicos e privados. Segundo as investigações, Abi Antoun exercia o papel de ‘caixa geral de propinas’ arrecadadas em diversos setores do governo do Estado. Dirceu Pupo teria a função de ocultar a origem ilícita dos recursos em operações de lavagem de dinheiro mediante a aquisição de imóveis.

Pelo menos 2,7 milhões de reais foram utilizados em nome da empresa Ocaporã, pertencente à família Richa. Foram protocoladas duas denúncias independentes, segundo a Lava Jato, pois Abi Antoun deixou o Brasil em setembro, após ter sido solto por uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, na Operação Rádio Patrulha, do Ministério Público do Paraná.

O operador chegou a ser alvo de um mandado de prisão temporária na fase 58 da Lava Jato, mas está no Líbano, sem previsão de volta. A força-tarefa vai buscar a cooperação jurídica internacional para citar Abi Antoun.

Reportagem: Cleverson Bravo