A Justiça Federal do Paraná começa a ouvir na próxima terça-feira (28) os réus denunciados na sétima fase da operação lava jato, que investiga executivos de empreiteiras suspeitas de formar um cartel para ganhar contratos com a Petrobras. O ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, é o primeiro a prestar depoimento, a partir das 9h da manhã desta terça-feira. Costa está em prisão domiciliar no Rio de Janeiro. Em depoimento de colaboração premiada, o executivo afirmou que recebeu 550 mil reais por mês em propina mesmo depois de ter pedido demissão da Petrobrás. Ele teria recebido, em média, 8 milhões de reais mensais, sendo que a última parcela foi paga em fevereiro de 2014. Além de Paulo Roberto Costa, ainda prestam depoimento esta semana, o doleiro Alberto Youssef e o empregado dele, Waldomiro de Oliveira. Youssef foi preso em março do ano passado e é acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. O advogado Tracy Reinaldet, que representa Youssef, explicou que essa fase de depoimentos serve para que o réu esclareça todos os fatos denunciados e tenha a oportunidade de se defender das acusações.

Por enquanto, os réus serão ouvidos uma única vez e respondem questionamentos relacionados a todas as ações penais em que são acusados. O advogado Tracy Reinaldet esclarece que o doleiro pode dar mais detalhes do esquema que funcionava dentro da Petrobras.

O juiz Sergio Moro, responsável pelas ações penais da Lava Jato, também agendou os interrogatórios dos executivos das empreiteiras que foram presos na operação. Prestam depoimento os dirigentes da Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Mendes Júnior, Engevix, Galvão Engenharia e OAS. Todos os executivos presos serão escoltados da carceragem da Polícia Federal em Curitiba ou do Complexo Médico Penal em Pinhais, na região metropolitana, para a sede da Justiça Federal no Paraná. Também serão interrogados até o fim de maio os executivos Dalton dos Santos Avancini e Eduardo Hermelino Leite, da Camargo Corrêa, que foram beneficiados recentemente pela prisão domiciliar depois de assinarem acordo de delação premiada acertado com o Ministério Público. O interrogatório dos acusados é o último ato de instrução nas ações penais. Logo depois são feitos debates entre as defesas dos acusados e o Ministério Público, para que finalmente se chegue a uma sentença. (Os executivos serão interrogados na Justiça nos dias 4, 6, 8, 11 e 13 de maio.)