Os ex-gerentes da Transpetro, Aluísio Teles e Ulisses Sobral, e os ex-executivos da empresa holandesa A.Hak Industrial Services, Mario Martinez e Paulo Martinez, viraram réus em uma nova ação penal da Lava Jato. A Justiça Federal aceitou ontem uma denúncia oferecida pela força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná. Os réus são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro em um suposto esquema que movimentou quase R$ 4 milhões em propinas para fraudar contratos da subsidiária da Petrobras.

De acordo com a força-tarefa Lava Jato, entre 2006 e 2010, Mario e Paulo Martinez — então executivos da A.Hak — ofereceram propinas para que Teles e Sobral agissem de foram a beneficiar a empresa holandesa. Ao todo, foram identificados 32 pagamentos que totalizam 3 milhões e 700 mil reais, além de um repasse extra de 150 mil reais. Os ex-gerentes da estatal, que ainda negociam acordos de delação premiada, confessaram as supostas práticas criminosas.

Conforme os ex-funcionários da subsidiária da Petrobras, após o ajuste das propinas, os pagamentos foram dissimulados por meio de transferências de valores em nome de empresas offshore sediadas na Suíça. De acordo com essa versão, eles foram orientados pelos executivos da A.Hak.

Provas documentais levantadas pela força-tarefa Lava Jato foram obtidas por meio de procedimentos de cooperação internacional com a Suíça. O Ministério Público Federal pede que seja decretado o bloqueio de 3 milhões e 900 mil reais, correspondente ao valor total dos recursos “lavados” pelos denunciados.

Além disso, a força-tarefa Lava Jato também pede a condenação dos denunciados por danos morais coletivos causados à população brasileira em decorrência dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Reportagem: Angelo Sfair