Lava Jato: Lobão é suspeito de lavar dinheiro com obras de arte e pedir propina até em hospital

 Lava Jato: Lobão é suspeito de lavar dinheiro com obras de arte e pedir propina até em hospital

(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Preso durante a fase 65 da Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro, Márcio Lobão deve ser transferido ainda hoje (10) para a Superintendência Regional da PF em Curitiba.

Segundo as investigações, Márcio era responsável por “passar o chapéu” – recolher a propina – solicitada pelo pai dele, Edison Lobão, ex-senador do MDB e ex-ministro de Minas e Energia. A prisão preventiva foi solicitada pelo MPF (Ministério Público Federal) e autorizada pela Justiça Federal do Paraná porque o grupo continuava a lavar a suposta propina. O ato de lavagem mais recente identificado pela força-tarefa aconteceu no dia 12 de abril deste ano.

De acordo com a Operação Lava Jato, Edison e Márcio Lobão recolheram R$ 50 milhões em propinas, entre 2008 e 2014, sobretudo de duas fontes principais: do Grupo Estre, em meio a contratos da Transpetro, e do Grupo Odebrecht, nas obras para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O dinheiro era lavado em um esquema complexo que incluía a compra e venda superfaturada de obras de arte.

O procurador da República Roberson Pozzobon, da força-tarefa Lava Jato em Curitiba, afirma que a ousadia do grupo é surpreendente. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em galerias de arte em busca de provas contra a família Lobão:

Em relação às propinas pagas nos contratos da Transpetro, Pozzobon explica que Edison Lobão construiu uma relação próxima Sérgio Machado. Líder do MDB, o político conduziu a sustentação política do ex-presidente da Transpetro no cargo.

Em contrapartida, Machado combinava o pagamento de propinas com as empresas contratadas pela subsidiária da Petrobras. Lobão preferia manter os contatos no Rio de Janeiro – e não em Brasília – e encarregou o próprio filho, Márcio Lobão, dos assuntos relacionados à propina:

Outra fonte de propinas eram contratos relacionados à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O procurador da República Athayde Ribeiro Costa afirma que Edison Lobão, na figura de ministro de Minas e Energia, “se sentiu no direito de solicitar propinas” às empresas que participavam das obras.

De acordo com o MPF, o ex-senador não se sentia constrangido em cobrar os pagamentos:

Ao todo, a fase 65 da Lava Jato investiga 40 contratos que, somados, chegam a R$ 1 bilhão. No período em que os pagamentos de propinas aconteceram – ou seja, entre 2008 e 2014 – o patrimônio de Márcio Lobão saltou mais de R$ 35 milhões, passando de R$ 8,9 milhões para R$ 44 milhões.

Segundo a Lava Jato, apensar da prisão de Márcio, Edison Lobão não foi alvo de buscas e apreensões. A força-tarefa pretende avançar nas investigações a partir das provas coletadas nos procedimentos contra o filho do ex-ministro e operadores ligados ao núcleo da família.

Reportagem: Angelo Sfair

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