Lava Jato mira pagamentos de propinas a ex-ministros para a edição de medidas provisórias

 Lava Jato mira pagamentos de propinas a ex-ministros para a edição de medidas provisórias

(Foto: Juliana Goss/BandNews Curitiba)

(Foto: Juliana Goss/BandNews Curitiba)

O advogado Nilton Serson, ligado ao grupo Odebrecht, alvo da nova etapa da Lava Jato, está nos Estados Unidos e ainda não se entregou a Polícia Federal. O outro alvo de mandado de prisão temporária, ex-diretor jurídico da Braskem, Maurício Ferro, foi detido em São Paulo e será encaminhado à Superintendência da PF em Curitiba.

A justiça determinou o bloqueio de cerca de 500 milhões de reais dos investigados. O objetivo da ação é aprofundar a investigação de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados a medidas provisórias editadas em 2009 pelos ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci.

As MPS concederam o direito de pagamento de débitos fiscais do imposto sobre produtos industrializados a partir de prejuízos fiscais da Braskem. Pagamentos de R$ 50 milhões em propinas para os ex-ministros estão na mira na força-tarefa.  Existe a suspeita ainda de que mais 120 milhões tenham sido movimentados no esquema.

O delegado da PF, Thiago Giavarotti, explica como atuavam os principais alvos da fase 63 da Lava Jato.

Os alvos já foram denunciados pela Lava Jato pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Neste processo, também estão citados os ex-ministros da Fazenda, Guido Mantega – denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro – e Antônio Palocci – denunciado por corrupção passiva. A nova etapa é baseada em uma série de documentos encaminhados pela Braskem ao Ministério Público Federal por meio do acordo de leniência.

Além disso, as investigações revelaram que o ex-diretor jurídico da Braskem teria atuado para impedir o acesso do MPF às bases de dados do sistema de contabilidade paralela da Odebrecht. Nas buscas realizadas na manhã desta quarta-feira (21), a PF encontrou tokens de acesso ao sistema de propinas Drousys junto a Maurício Ferro.

As ferramentas servem como chaves que possibilitam a conexão a planilhas mais recentes da Odebrecht.

Ainda de acordo com as apurações, há indícios de que Mauricio Ferro teria comandado a celebração de pelo menos 18 contratos falsos com Nilton Serson entre 2005 e 2013. No entanto, o advogado não teria prestado nenhum serviço. Os contratos, segundo o MPF, serviram apenas para possibilitar o repasse dissimulado de valores.

A Braskem teria repassado R$ 78 milhões para Serson. Contas no exterior eram usadas para mascarar o esquema. De acordo com o MPF, em 2010, por determinação de Maurício Ferro, foram transferidos pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht pelos menos US$ 10 milhões para contas que eram mantidas no exterior por Serson em nome de offshores. Endereços ligados a Bernardo Gradin, ex-presidente da Brasken, também foram alvos de buscas.

Os R$ 500 milhões bloqueados dos alvos da nota etapa podem ter sido resultado do benefício concedido a Braskem por meio das medidas provisórias.

Reportagem: Juliana Goss

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