Lava Jato sugeriu buscar provas contra ministro Gilmar Mendes na Suíça, apontam novos trechos de mensagens

 Lava Jato sugeriu buscar provas contra ministro Gilmar Mendes na Suíça, apontam novos trechos de mensagens

Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Novos trechos de mensagens trocadas entre membros da força tarefa lava-jato obtidas pelo The Intercept Brasil e divulgadas pelo El País, nesta terça-feira (06), revelam que procuradores da operação em Curitiba se mobilizaram para coletar dados e informações sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. O objetivo, segundo a publicação, era pedir a suspeição e o impeachment do ministro. Esta é a décima quinta reportagem divulgada pelo The Intercept Brasil.

Conforme a publicação, a apuração dos dados era liderada pelo coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol. A estratégia contra Gilmar Mendes foi discutida ao longo de meses em conversas pelo aplicativo Telegram.

De acordo com o El País, nos diálogos, os procuradores inclusive planejaram acionar investigadores na Suíça para tentar reunir informações contra o ministro. A intenção dos membros do ministério público era tentar uma possível ligação entre Gilmar Mendes e Paulo Preto, que é apontado como operador financeiro do PSDB e já havia sido beneficiado por um habeas corpus concedido pelo Ministro.

Uma aposta da força-tarefa era a de que Gilmar Mendes aparecesse como beneficiário de contas e cartões que o operador mantinha na Suíça, um material que já estava sob exame dos investigadores do país europeu. As mensagens sobre o assunto iniciam no grupo do Telegram porque Dallagnol comenta saber de “um boato” vindo da força-tarefa de São Paulo de que parte do dinheiro mantido por Paulo Preto em contas no exterior pertenceria a Gilmar Mendes. 

O ministro afirmou nesta terça-feira (06) que não conhece e nunca teve contato com Paulo Preto e ainda disse que a Lava Jato é usada para atender interesses pessoais.

O ministro ainda disse que esta é a maior crise do judiciário desde a redemocratização e afirmou que a Justiça Federal e a Procuradoria-geral da República estão comprometidas.

O colunista da BandNews, Rodrigo Haidar, afirma que o conteúdo das conversas é extremamente grave e lembra queartigo 102 da Constituição Federal determina que os ministros do Supremo só podem ser investigados com autorização de seus membros e a competência para análise do procedimento é, necessariamente, da Procuradoria-Geral da República.

O colunista da BandNews ainda reforça que alguns dos atos praticados pela força-tarefa Lava Jato foram ilegais. Para ele, não se justifica o cometimento de um crime em nome do combate a corrupção.

Por meio de nota, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba informou, mais uma vez, que não reconhece as mensagens que têm sido atribuídas a seus integrantes nas últimas semanas. Além disso, no comunicado, o MPF diz que não surgiu nas investigações nenhum indício de que cartões da conta de Paulo Preto tenham sido emitidos em favor de qualquer autoridade sujeita a foro por prerrogativa de função.

A força-tarefa ressaltou ainda que sempre que surgem indícios do envolvimento em crimes de pessoas com foro privilegiado, o MPF encaminha as informações à procuradoria-geral da República e ao Supremo Tribunal Federal.

Reportagem: Thaissa Martiniuk

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