Com uma taxa de incidência de casos de dengue de 760, a Regional de Saúde de Paranaguá, no litoral do Estado, se destaca entre as outras 21 Regionais do Paraná. Na prática, isso significa que a cada cem mil habitantes, 760 tiveram a doença na regional desde o início do período epidemiológico, em agosto do ano passado. A segunda maior taxa, por exemplo, é quase três vezes menor: de 282, em Campo Mourão. Entre os sete municípios que compõem a regional litorânea, Morretes é o que tem o pior índice: 1.417.

O diretor da Regional, José Carlos Silva de Abreu destaca que os números estão muito acima da média do estado.

Os números chamam atenção especialmente por causa do histórico da região, que já enfrentou epidemias da doença e chegou a montar um hospital de campanha para atender a demanda de pacientes entre 2015 e 2016.

Para evitar um novo colapso do sistema de saúde por causa da doença, o diretor afirma que estão sendo adotadas medidas para identificar e eliminar focos de reprodução do mosquito aedes aegypti – mas sempre dependendo, também, da conscientização da população.

O diretor destaca também o impacto que os casos de dengue podem ter em relação à pandemia da covid-19. Além de demandar leitos hospitalares, os sintomas na fase inicial das duas doenças podem se confundir.

O período epidemiológico 2019/2020 no Paraná teve 227.724 confirmações e 177 óbitos por dengue – o maior índice no estado. As orientações para tentar reverter o quadro seguem as mesmas: evitar água parada em qualquer lugar que seja. É nela que a fêmea do mosquito põe os ovos e garante a reprodução. O mosquito transmite a doença de uma pessoa infectada para a outra. Com muitas pessoas diagnosticadas, o ciclo de contaminação também tende a ser maior. Por isso, somente com a diminuição do índice de proliferação do mosquito é que o número de casos pode diminuir. 

Reportagem: Ana Flavia Silva