CuritibaDivirta-se

‘Macbeth 333’: a coragem do teatro de rua

Versão apresentada é releitura de seis alunos da Faculdade de Artes do Paraná

 ‘Macbeth 333’: a coragem do teatro de rua

Foto: divulgação

Nas Ruínas de São Francisco, no centro de Curitiba, sob guarda-chuvas. Esta foi a maneira
que parte da plateia pôde começar a assistir a primeira sessão da peça “Macbeth 333”, na
noite da quinta-feira (6).

O clássico foi recriado por seis alunos da Faculdade de Artes do Paraná (FAP), durante uma disciplina do curso de Artes Cênicas, e interpretado em três sessões diferentes durante o Festival de Curitiba.

Com a coragem e ousadia da apresentação de rua, os atores transformaram a clássica obra
de Shakespeare em uma versão contada por três bruxas cômicas, referenciadas no nome
da peça pelo número três. Além disso, este número também está no título por estar muito
presente nas falas do roteiro e também por ser importante na mitologia, representando
harmonia.

No início da apresentação, a chuva fez com que os atores optassem por apresentar sem
microfone, para não causar estrago nos equipamentos. A única pessoa que teve microfone
foi Carolina Magavila, que estava sentada e era responsável pelos efeitos sonoros.
Escutando o teclado de boca e um canto ritmado, a plateia pôde acompanhar os
movimentos dos personagens, que eram leves, macabros ou com improviso, o que por
vezes fez o público rir.

Até chegar no palco das Ruínas do centro, Carolina Magavila passou por muitos lugares.
Argentina de nascimento, Carolina é artista de rua e viajou pela América Latina por anos até
chegar no Brasil. Aqui, trabalhou cantando e tocando em semáforos e nos biarticulados.
Depois de um tempo, ela começou a faculdade de artes cênicas e hoje compartilha com
seus colegas tudo que aprendeu nesses anos. “Participar do teatro de rua é como ter um
resultado que a gente estava procurando”, afirma.

Valquiria do Carmo de Moraes, mãe do ator Otávio Moraes, foi uma das pessoas que foi
preparada para assistir à peça, apesar da chuva, pois estava com uma capa plástica. “Nós
estávamos com dificuldade de comprar ingresso este ano, então optamos por peças de rua.

Mas tínhamos medo da chuva. E choveu mesmo, mas passou. E quando passa, parece que
você nem sente mais o frio e o vento, pois você se prende na peça e esquece o que está
acontecendo ao redor. Você só vê que está ventando porque a cortina do palco mexe”,
afirma.

Como um espaço experimental para os alunos, de forma criativa e leve, os personagens
usaram o figurino, as máscaras e os elementos cênicos que foram criados, de forma autoral
e colaborativa, especialmente para esta apresentação. E no meio do espetáculo, como parte do roteiro, os atores descem do palco e andam pelos espectadores pedindo uma
colaboração financeira pelo trabalho.

Ao longo da peça, vários personagens foram se desenvolvendo, na maioria das vezes se
apropriando muito bem da postura corporal. A história principal tinha mais participantes,
mas eram apenas seis atores, então alguns personagens foram condensados em
máscaras. No meio do palco tinha um espaço com cortinas no qual eles podiam sair de
cena para se trocar e colocar novos adereços, de uma forma ritmada e leve.

Participando pela primeira vez do Festival de Curitiba, Maria Elis, atriz e diretora da peça,
explica que minutos antes da performance, o grupo pensou em cancelar a sessão por conta
do mau tempo, mas só começaram o espetáculo pois pessoas estavam chegando para
assistir. “Fiquei emocionada de ver tanta gente. Foi gratificante”, conta Maria, que sonha em
se apresentar outras vezes com seu grupo.

Avião passando no céu, pessoas chegando, carros acelerando e árvores balançando com o
vento. Isso é um teatro de rua durante o Festival de Curitiba, que dá oportunidade para que
pessoas tenham seu próprio espaço, o caso destes estudantes de teatro. Da mesma forma
que Carolina, cada um daqueles atores carrega sua própria história e pode compartilhar
suas experiências com o público. Como afirma Erlon França, pai de uma das atrizes, “ali
eles estão lutando pelo palco da vida”.

Informação: Brenda Niewiorowski, estudante de jornalismo da Universidade Positivo, em parceria com a BandNews FM Curitiba

Avatar

Giovanna Retcheski

Crianças internadas no RS recebem alimento especial do Paraná

Crianças internadas no RS recebem alimento especial do Paraná

O avião do Governo do Paraná, decolou na manhã deste domingo (5), de Curitiba

Ingressos para o show de Almir Sater estão à venda

Ingressos para o show de Almir Sater estão à venda

Os valores do 1º lote são promocionais, por tempo limitado.

Mãe e filho morrem em acidente no Contorno Leste

Mãe e filho morrem em acidente no Contorno Leste

O veículo bateu contra a mureta de concreto, no acesso para a Avenida das Torres