Noventa e quatro por cento dos casos de intoxicação de crianças no Paraná ocorreram dentro de casa, com produtos de higiene, limpeza ou remédios. O dado faz parte de um levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), com base nas informações da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações. De acordo com o balanço, de 2018 a 2023, foram 11.514 registros de envenenamento infantil.

Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, o medicamento é o maior vilão das crianças em geral, de zero a 12 anos, representando 45% das notificações. O vice-diretor técnico do Hospital Pequeno Príncipe, referência no atendimento pediátrico, Victor Horácio, alerta que as crianças têm características próprias que as tornam mais propensas a acidentes por intoxicação. A curiosidade é uma delas.

Nos últimos cinco anos, foram 5.089 intoxicações por remédios, uma média de 1.000 ocorrências por ano. Nesse mesmo período foram 2.397acidentes com produtos de uso domiciliar – como alvejantes, detergentes, desinfetantes, entre outros – e 786 por produtos químicos. Raticidas, agrotóxicos, plantas tóxicas, cosméticos também aparecem como causadores de intoxicação.

Além de deixar os produtos em lugares altos, de difícil alcance para os pequenos, existem outras orientações para evitar esse tipo de acidente, como nunca falar as crianças que medicamento é doce, faz crescer ou deixa forte; não reutilizar embalagens como garrafas de refrigerante, potes, e frascos vazios para armazenar produtos perigosos e não deixar cosméticos ao alcance das crianças.

Em caso de envenenamento é importante procurar atendimento médico imediatamente. Se possível, levar foto, nome ou embalagem do produto ou agente tóxico causador de acidente. É importante ter o contato do centro de informações toxicológicas mais próximo em local visível e fácil, caso precise de atendimento urgente. O Centro de Controle de Envenenamento do Paraná atende pelo 0800 41 0148, com plantão 24 horas.

Informações: Juliana Goss e Leonardo Gomes