Medicamento oral para diabetes desenvolvido pela Unicentro promete substituir injeções
Pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais precisam recorrer à combinação de insulina e liraglutida
Substituir os medicamentos injetáveis por uma formulação oral durante o tratamento de pacientes diagnosticados com diabetes tipo 2. Esse é o objetivo de um estudo científico desenvolvido na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).
A pesquisa da instituição ligada ao Governo do Estado objetiva a substituição de medicamentos em pacientes com o quadro avançado da doença. Desenvolvido no Departamento de Farmácia da Unicentro, o estudo propõe utilizar nanopartículas para proteger as moléculas do remédio durante a passagem pelo trato gastrointestinal, como explica a coordenadora da pesquisa, professora Rubiana Mara Mainardes.
O diabetes é uma doença crônica que afeta a forma como o corpo processa o açúcar do sangue, a chamada glicose. O tratamento dessa condição clínica consiste no controle da glicemia com uso de medicamentos orais e injetáveis, associado com a prática regular de exercícios físicos e uma alimentação balanceada. A Federação Internacional de Diabetes (IDF), organização que reúne mais de 240 associações relacionadas à doença em mais de 161 países, estima que a prevalência dessa condição clínica no Brasil é de 10,5%, sendo a maioria, cerca de 90%, do tipo 2.
A doença ocorre quando o organismo humano não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia. Atualmente, pacientes que não respondem aos tratamentos medicamentosos convencionais precisam recorrer à combinação de insulina e liraglutida, um sintético injetável que reduz o índice glicêmico. As duas injeções precisam ser aplicadas diariamente, procedimento incômodo, desconfortável e até doloroso.
O estudante de doutorado Jeferson Ziebarth participa do projeto como bolsista ligado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Unicentro. Mestre em química, ele destaca a importância do projeto.
A professora Rubiana Mainardes também destaca como está o estágio atual da pesquisa.
O objetivo agora é patentear a inovação para começar a produção em larga escala na indústria farmacêutica e disponibilizar, no futuro, o medicamento para os pacientes que vivem com a diabetes tipo 2.
Reportagem: Marlon Santiago